Fernando Almeida
Durante a audiência sobre segurança pública realizada na Câmara de Araguaína na segunda-feira (11) o promotor de Justiça Benedito Guedes disse que precisa deixar a retórica de lado e ser mais prático. Ele propôs três ações: a criação de uma comissão para debater a Segurança, aparelhamento da PC e a ressocialização dos presos.
Criação de comissão
Como ponto inicial, o promotor defendeu trabalho conjunto dos órgãos e instituições â?? Câmara, PF, PC, PM, MPE e Vara de Execuções Penais â?? para discutir a segurança pública. â??Vamos criar uma comissão para tratar do assunto. Eu me disponho a ajudar, a sentar com a Câmara Municipal, sentar com o Juiz de Execução Penal, para que possamos estabelecer, prontificou.
Investimento
A segunda sugestão do promotor é dar mais aparelhamento à Polícia Civil, com estrutura, efetivo e logística. Ele relatou que Araguaína trabalha com baixo efetivo e mesmo assim atende demanda de toda a região norte. Ele citou o caso da Deic Araguaína, que combate o tráfico de drogas, possuir à frente apenas um delegado e dois agentes. Lamentou que atualmente seja “praxe” o cidadão não querer ir à delegacia registrar B.O, por não resultar em nada. â??Culpa da completa falta de estrutura. É uma pena que as nossas investigações se resumem ao auto de prisão em flagrante. Lamentou.
Ressocialização
A terceira ação prática defendida por Guedes é uma mudança na ressocialização em Araguaína. Para o promotor, o atual modelo é uma “faculdade do crime”. Com o fechamento da unidade do semiaberto, os “reeducandos” cumprem a pena em casa, sem que ninguém os vigie. O promotor acredita que 70% deles, que deveriam ficar em casa à noite, saem para praticar crimes.
Ele propôs a doação de um terreno (chácara) para colocar os presos em regime semiaberto. Seria uma espécie de presídio agrícola, onde os presos possam trabalhar e ficar próximo da família. Também sugeriu criação de projeto para que as empresas da cidade recebam os reeducandos após saírem da prisão.
Busca de recursos
O delegado da PF, Helano Medeiros Limas, considerou que as três medidas apresentados pelo promotor são importantes. E acrescentou que a falta de verba do Estado não pode ser justificativa para ausência de políticas públicas de segurança aos cidadãos. â??Segurança pública deve ser tratada com total prioridade.
Medeiros lembrou que o Estado pode buscar recursos junto ao Governo Federal, através de convênio. Essa medida possibilitaria, além da implantação de projetos de ressocialização, a aquisição de viaturas também. Considerou ainda que segurança custa muito, mas é necessária assim como saúde e educação. Finalizou afirmando ser essencial o trabalho de prevenção, com conscientização nas escolas e combate ao tráfico de drogas.
Boicote
O secretário estadual da Segurança, César Roberto Simoni de Freitas, também foi convidado pela Câmara Municipal de Araguaína, no entanto boicotou a audiência e não enviou representante.
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