Fernando Almeida

O autor confesso da chacina que deixou uma família de ciganos morta em Araguaína foi condenado a mais de 76 anos de prisão. A sentença foi proferida na tarde desta quarta-feira (26), em Júri Popular, presidido pelo juiz do caso Francisco Vieira Filho.

Cícero Romão Pereira foi condenado pela execução, por engano, de quatro pessoas no Setor Nova Araguaína na noite do dia 25 de julho de 2012.  Dentre as vítimas, três eram da mesma família, sendo mulher grávida de gêmeos, e um vizinho.  Na época, foram mortos Félix Guido dos Santos, 46 anos (vizinho), José Rita Feitosa Pereira, 42 anos, Francisca Marahama Pereira Batista, 24 anos (grávida de gêmeos) e Rangel da Silva, 26 anos.

De acordo com a sentença, o autor confessou os crimes e não proporcionou chances de defesa às vítimas. Os homicídios foram praticados por motivo torpe e em circunstâncias cruéis. Além da pena de 76 anos, quatro meses e 10 dias, a ser cumprida em regime inicialmente fechado, o autor da chacina tem que pagar indenização no valor de R$ 15.760,00 às famílias das vítimas.  

Simone Saraiva, irmã da vítima que estava grávida e de outra, relatou ao AN durante o julgamento a angústia vivida nos três anos posteriores a chacina.  “Destruiu a nossa família. É muito sofrimento, é muita dor, desconforto. Uma palavra vai falar tudo: perda total. Perda de um ser humano que nunca fez mal para ninguém. Perda de uma mulher grávida, indefesa.”

O segundo acusado, Carlos Alberto Pereira, ainda não foi julgado. Já o terceiro suspeito, conhecido como Zezim, irmão de Cícero, continua foragido.

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