Fernando Almeida//Araguaína Notícias

O Ministério Público Federal (MPF) apura possível violação dos direitos humanos contra um preso no Presidio Barra da Grota em Araguaína (TO).  Roberto Oliveira da Silva, acusado de participar da decapitação de dois detentos no presidio de Cariri, estaria recebendo ameaças de  morte. 

O inquérito sigiloso foi instaurado no último dia 4. O caso é acompanhado pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, Defensoria Pública e Núcleo Especializado da Defesa de Direitos Humanos. De acordo com o MPF, há informações de que o detento corre risco de morte no presídio Barra da Grota.

Para o defensor público Sandro Ferreira, a situação de Roberto é delicadíssima e há o temor que ele esteja sendo vítima de possível “queima de arquivo” em Araguaína. “Desde que foi acusado de supostamente participar do homicídio de dois reeducandos em Cariri, os quais haviam denunciado tortura no Sistema Prisional, Roberto sabia que sua vida estava em risco,” afirma.

Decapitações

Roberto Oliveira é apontado pela Secretaria de Defesa e Proteção Social como um dos participantes da decapitação de dois presos no presídio Luz do Amanhã em Cariri, em junho de 2015.

Na época, os presos Alessandro Rodrigues de Castro e Vinícius Dias da Silva foram encontrados decapitados no interior do presídio de Cariri.  Num celular apreendido, de acordo a Defesa Social, havia imagens que mostravam cinco suspeitos pelas decapitações, entre eles, Roberto Oliveira.

Os decapitados em Cariri haviam sido transferidos do Barra da Grota dois dias antes de serem mortos. No presídio de Araguaína eles haviam denunciado à Defensoria Pública suposta tortura sofrida por agentes da Polícia Civil.  Na época, a PC rechacou que havia agressões contra os presos. Por motivos de segurança, foram transferidos para Cariri, onde foram decaptados em menos de 48 horas.

Transferências do acusado

Roberto estava preso em Gurupi e foi transferido para o Barra da Grota em dezembro do ano passado, onde se encontra em cela diferenciada.  Segundo apurado pelo AN,  na última quinta-feira, a pedido da Defensoria Pública, ele foi levado para Gurupi, mas o juiz de lá não aceitou e o preso retornou a Araguaína.

O outro lado

O AN procurou a Secretaria de Cidadania e Justiça ainda pela manhã, mas até às 17h00 ainda não havia respondido a solicitação.  Mas, segundo uma fonte, não há denúncia de ameaça formalizada junto à direção do Barra da Grota.