Fernando Almeida/Araguaína Notícias

Há mais de 20 anos pesquisadores buscam uma forma de combater o vírus HIV, causador da Aids. A doença se disseminou pelo mundo, só no Brasil houve um aumento de 53% de jovens entre 15 e 19 anos infectados por HIV nos últimos nove anos.

A luta contra o vírus se tornou um verdadeiro desafio para a ciência. Uma pesquisa desenvolvida por médico de Araguaína traz esperança aos portadores do vírus ao prever a descoberta da cura para a Aids. 

O médico e pesquisador Paulo Antônio Rodrigues Gouveia aposta que a revolução da medicina será a partir de substância extraída da mutamba, planta típica do cerrado tocantinense. Gouveia, radicado em Araguaína há 40 anos, é idealizador do ?Projeto Mutamba contra a Aids?. Ao Araguaína Notícias, ele falou sobre a escolha da mutamba para pesquisa, os testes já realizados e os passos que ainda faltam para conclusão.

Gouveia disse que a ideia de pesquisar a substância nasceu em 2001, dando sequência a experiência com a mutamba realizada pelo avô farmacêutico no tratamento da febre amarela, com 100% de cura.  Também pelo efeito medicinal da sustância tamino, estudada há mais de 50 anos.  O médico direcionou a pesquisa há cinco anos para o HIV e ?apostou as cartas na mutamba?

"É um projeto que vai alavancar as esperanças. Porque o prognóstico que nós temos é realmente uma cura. Há cinco anos, os pacientes que usaram a mutamba estavam resistentes ao coquetel.  (...) Em um caso específico, [o paciente] usou a mutamba e com nove meses estava indetectável [o vírus] e havia engordado 10kg."

Mutamba

Mutamba possui resistência a infestação de vírus mosaico.

Ele explicou que a escolha da mutamba foi devido a sua capacidade de resistir à infestação de vírus mosaicoâ??com mesma estrutura do HIVâ??que seca os galhos e deixa lesões nas folhas.  Quando isso ocorre, a planta reage através da secreção biológica e produz a substância para se defender. 

Somente a planta da região Norte do Tocantins possui o tamino ?equalizado?, isto é, contém quantidade exata e especifica de partículas de carbono, hidrogênio e oxigênio capaz de inibir 100%  a infestação.

"Essa mutamba aqui do Norte do Estado, muito específica, ela consegue inibir o vírus HIV em 100%. Por ser um quimioterápico natural, atinge o ?santuário do HIV?â?? local onde o vírus se instala e as drogas não conseguem atuar efetivamenteâ??  que é realmente a cura," afirmou o pesquisador.

Fase da pesquisa

A  pesquisa já passou pela primeira fase. O Teste In Vitro, feito pelo laboratório Kyolab, o resultado foi 100% de inibição do vírus HIV e sem citoxidade. Já o  reteste foi realizado pela UFRJ.  Entretanto, para ser reconhecida pela comunidade científica internacional e pela Anvisa, faltam os testes em animais e em humanos.

Por se tratar de uma substância natural, o tempo para conclusão do trabalho é mais rápido. A expectativa de Gouveia é que dentro de três anos a cura da Aids deve ser comprovada cientificamente, com o uso do tamino da mutamba.