Araguaína Notícias

Durante coletiva nesta quinta-feira (2) a DEIC e o Ministério Público Estadual detalharam um suposto esquema de proteção de traficantes por  policiais civis  em Araguaína. De acordo com a investigação, três agentes vazavam informações de operação para os criminosos. Um deles chegou ao ponto de acolher traficante na própria casa, para livrá-lo de prisão e garantir a tranquilidade.

Prisões

Os três agentes Ademael das Neves Conceição, Genilson da Costa Feitosa e Maximileno dos Santos Silva foram presos na manhã de hoje. Eles são acusados de Corrupção Passiva, Violação de Sigilo Funcional qualificada e  Associação ao Tráfico de Drogas.  

Descoberta

Investigações apontam que os agentes chegaram a "melar" (prejudicar) operações da PM e da Civil em Araguaína, nos anos de 2010 e 2011. De acordo com o delegado da Deic, José Anchieta, a descoberta ocorreu no ano de 2012, durante investigação a  quadrilha de tráfico de drogas. Anchieta ainda  explicou que o grupo de ao menos 15 pessoas formavam organizações criminosas e recebiam proteção dos policiais.

â?? Nós constatamos a participação dos policiais no envolvimento com estes indivíduos. Os policiais forneciam proteção e informações privilegiadas para traficantes da cidade em troca de vantagens indevidas. Houve o caso em que um deles chamou um dos investigados que fosse para casa dele, pois lá estaria tranquilo.

Tentativa de prejudicar a investigação

O promotor de justiça Benedito Guedes, destacou que os referidos policiais também tentaram prejudicar a investigação contra eles.  Há "indícios de ameaças a alguns membros da Deic que são testemunhas neste processo" relatou.

Guedes explicou ainda que "interceptações telefônicas demonstram que eles [policiais] mantinham contato direto com estes traficantes. Informavam  quais seriam as operações realizadas tanto pela Polícia Militar quanto pela Polícia Civil. (..) Há indícios de que eles recebiam dinheiro em troca destes favores.

Conforme o promotor, a quadrilha investigada possui ramificações nos estados do Pará, Goiás, Tocantins e até no Amazonas. "Drogas teriam sido compradas lá [no estado do Amazonas] e trazida para cá [Araguaína] tento a cobertura dos policiais" revelou.

Investigados

Sobre o perfil dos investigados, o Delegado Anchieta afirmou que a maioria já possuía passagem por tráfico de drogas, roubos e diversos crimes.  "Estas eram as companhias dos policiais. E para estas pessoas que os policiais direcionavam as informações de operações da Deic e até mesmo de operações da Policia Militar". Anchieta não descartou envolvimento de outros policiais.

Andamento do processo

Os três agentes estão recolhidos na central de flagrantes e a Justiça vai determinar onde eles ficarão presos. A Corregedoria da Polícia Civil vai instaurar processo administrativo contra os agentes para tomar as medidas cabíveis. Paralelamente vai ocorrer o processo judiciário. Se ficar provado os crimes, eles serão exonerados.

Operação

Operação foi realizada pela DEIC Norte em Araguaína nesta quinta-feira (2), com apoio do GOTE - Grupo de Operações Táticas Especiais, Diretoria de Inteligência da SSP, da DEIC Sul ? Gurupi e 2ª Delegacia Regional de Tocantinópolis.

Outros presos 

A operação resultou na apreensão de 3kg de maconha e oito prisões no Tocantins e Goiás. Os presos são: Walesson da Silva Oliveira, 22 de anos; Gledson Vieira dos Santos, 35,  preso, em Arapoema; Carlos Roberto Gonçalves Martins, 37, preso em Araguaína.

Carlos Roberto Gonçalves Martins. Foto: Polícia Civil

Carlos foi autuado em flagrante por tráfico de drogas, uma vez que os policiais civis encontraram em sua residência, 3kg de maconha. Já Keyttlohelson Lima Campos, 24 anos, vulgo "Keiton", foi preso em Porto Nacional e Hélio Peixoto Celestino Júnior, vulgo "Hélio Maradona", 31, em Aparecida de Goiania.

A operação foi batizada com o nome Detalhes em alusão a um salão de beleza, localizado em Araguaína, o qual era utilizado como ponto de venda e distribuição de drogas.