Foi realizado nesta quarta-feira, 17, em Formoso do Araguaia o segundo encontro da I Mostra de Pesquisa de Arroz Irrigado, promovida pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) em parceira com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A mostra que teve início em Palmas na terça-feira, 16, e se encerra em Lagoa da Confusão nesta quinta-feira, 18, tem como objetivo levar aos plantadores de arroz irrigado novos conhecimentos que podem melhorar os processos de produção.

A pesquisadora da Universidade Federal do Tocantins (UFT) Drª Moaby Diany Dias apresentou o resultado do seu estudo sobre Controle Químico do Brusone na Cultura do Arroz que traz revelações importantes sobre uso correto de fungicidas. "Altas doses de fungicidas em vez de controlar o brusone por selecionar patogêneses altamente resistentes ao controle", advertiu a pesquisadora que recomenda o uso bem planejado de defensivos nas lavouras, com redução de custos e controle eficiente.

Em sua palestra sobre Manejo de Percevejos na Cultura do Arroz, o pesquisador Dr. Daniel Fragoso, da Embrapa, revelou que pesquisas com percevejo da soja constatou que os insetos estão desenvolvendo resistências aos principais compostos de controle, em função do uso indiscriminado. "O grande problema é a utilização de apenas um defensivo. A solução não é dobrar a dose, mas combinar o uso de princípios ativos, rotacionar o uso", ensina o pesquisador.

Outro tema abordado no encontro foi o plantio direto de arroz e de soja que tem como vantagens, segundo o pesquisador da Embrapa Moábio Lacerda, redução de custos, menor impacto ambiental e adubação do solo com a incorporação da palhada. O pesquisador avalia que os estudos realizados não são conclusivos, mas apontam novas possibilidades. "Nós estamos num meio ambiente muito frágil, sabemos que há exagero no uso de agrotóxicos e até de sementes", observou ao se prometer a continuidade dos estudos para provar as vantagens do plantio direto.

Arroz tocantinense

O professor Lucas Khosi Naoe relatou um pouco do enorme esforço da equipe da Unitins para desenvolver uma variedade de arroz tocantinense. Ele contou que o trabalho teve início com 20 mil variedades que foram recebidas pela universidade. Desse total, apenas 1000 foram selecionadas para cultivo. Esse número baixou para 800 e agora 200 e nas próximas etapas vai baixar ainda mais. Para 80 e finalmente 20 variedades, de onde pode sair o arroz tocantinense. Lucas lembra que este trabalho ainda pode consumir mais três anos de análise e observação.

Os produtores elogiaram a iniciativa da Unitins e da Embrapa, solicitaram estudos comparativos com novos defensivos que estão chegando ao mercado e concluíram que pesquisadores e produtores precisam caminhar juntos.

"Os dados que foram apresentados foram muito esclarecedores, pois ajuda o produtor a errar menos, a baixar custo e produzir mais", declarou o produtor José Luiz, que trabalha com produção de sementes. "Vimos que os produtores estão em busca de inovações para incrementar a produção", destacou diretor de pesquisa agropecuária da Unitins, Expedito Cardoso, satisfeito com o sucesso do evento.