A data é bem menos conhecida no Brasil, mas diferente da comemoração do dia 19 de abril, data em que os Indígenas, a princípio, ficaram apreensivos de participar das discussões do Congresso Indigenista Interamericano, o 09 de agosto é referente a uma conquista dos próprios indígenas do mundo inteiro. A data relembra o dia em que foi instituída a declaração das Nações Unidas sobre os direitos dos povos Indígenas.

Segundo com a Pró-reitoria de Graduação (Prograd), do ano de 2007 até 2016 os sete Câmpus da Universidade Federal do Tocantins (UFT) receberam aproximadamente 400 alunos declarados indígenas, em diferentes cursos de graduação da Universidade. A UFT é destaque entre as instituições federais com ações e programas voltados para os povos indígenas, dentre eles se destacam, Núcleo de Estudos e Assuntos Indígenas (NEAI), no Câmpus de Porto Nacional e Núcleo de Estudo e Pesquisa com Povos Indígenas (Neppi), no Câmpus de Araguaína. Além do Programa de Monitoria Indígena (Pimi) e a Bolsa Permanência.

Este ano na data de 09 de agosto, as Nações Unidas procuram chamar a atenção para televisão, rádio, cinema e mídia social e seu papel para ajudar a preservar as culturas dos povos indígenas. Maloiri Vele Xerente, estudante de Jornalismo da UFT, pontua a importância de debates como este para a preservação da cultura dos povos, "a mídia pode e deve ser um importante instrumento de luta para os povos indígenas, pois com ela podemos repassar para as futuras que há muito tempo brigamos pelos nossos direitos", ressaltou.

Cotas indígenas

De acordo com o Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), Senso de 2010, o estado do Tocantins tem uma população aproximada de 10 mil indígenas, divididos em oito etnias. Pensando na comunidade indígena que tem número expressivo no estado, a UFT foi pioneira ao estabelecer uma política de cotas específicas para indígenas já no seu primeiro Vestibular, em 2004, oito anos antes da Lei Nacional de Cotas ser sancionada.

"É complicado inserir um aluno com trajetória, condição geográfica, costumes, línguas, crenças e tradições diferentes em um meio acadêmico com mais 38 alunos com vivências pouco parecidas. Mas a UFT busca com programas, pesquisas, monitorias e bolsas facilitar o convívio deles com a universidade", Informou Adriano Castorine, coordenador do projeto de diálogo de acesso e permanência das comunidades indígenas e quilombolas na universidade (padiq).