O Líder do prefeito na Câmara, vereador Gipão (PR), discordou da opinião da comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar de Araguaína, tenente-coronel Patrícia Murussi, em entrevista nesta segunda-feira, 29, ao Bom Dia Tocantins (TV Anhanguera/Globo). Ela disse não haver necessidade de se trazer a Força Nacional de Segurança (FNS) para combater a violência no município.

Durante a entrevista, Patrícia Murussi disse que todos os recursos disponíveis para a Polícia Militar estão sendo aplicados em Araguaína. "Só neste ano em Araguaína quase 400 pessoas foram encaminhadas para a delegacia por conta de prisões em flagrante, ou seja, no período que nós estamos em Araguaína, um ano e oito meses, aproximadamente mais de mil foram conduzidas para a delegacia", declarou.

Ainda na entrevista, o apresentador do programa questionou para a TC Patrícia sobre a necessidade da vida da Força Nacional para Araguaína. A comandante do 2º BPM disse não ser necessário, pois tanto o Tocantins como Araguaína são seguros.

"Mas por mais que as pessoas do Tocantins não acreditem, nós estamos entre os Estados mais seguros da federação. Infelizmente a onde de crimes é no país inteiro", declarou. "A insegurança ela não é restrita a Araguaína e Tocantins, nós estamos em um Estado ainda seguro, em comparação aos demais Estados do país. E a Força Nacional, diante disso, estará onde o crime mais se intensifica", justificou a comandante.

Questionada sobre a quantidade de viaturas pelo repórter, Patrícia não informou este dado. "Por questões de estratégias, de segurança, não se fala em quantitativo", respondeu. E reagiu afirmando que a propagação de notícias que dizem que a cidade está sem segurança é uma forma de atrair mais criminosos para a cidade.

Mas para o vereador Gipão, é necessário fazer mais e, para isto, é necessário sim a intervenção da Força Nacional para garantir um efetivo maior nas ruas e dar a sensação de segurança para a população.

Gipão disse ainda que é preciso saber exatamente a quantidade veículos e de efetivo que atende Araguaína, até mesmo para solicitar o apoio de mais contingente para combater a criminalidade que é crescente.

Ainda no mês de julho, o prefeito e candidato a reeleição Ronaldo Dimas (PR), solicitou formalmente ao Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, a intervenção da Força Nacional de Segurança, pelo prazo de 90 dias no Município.

No pedido, alegou que os recursos técnicos e materiais de que dispõem os agentes de segurança são praticamente inexistentes e ressaltou os números da violência na cidade, onde mais de 50 homicídios e mais de três mil ocorrências já foram registrados neste ano. Dentre os casos de homicídio mais recentes estão de comerciantes e de um agente de trânsito mortos no exercício de suas atividades profissionais; além de ações violentas realizadas por bandidos armados em diversos logradouros públicos como escolas, hospitais e unidades básicas de saúde.

Dimas ressaltou ainda os esforços dos policiais militares, mesmo diante da falta de equipamentos, como o número reduzido de viaturas, e a falta de uma ação efetiva do Estado.  "Nenhuma ação firme é tomada pelo Governo do Estado, que permanece inerte, como se nada sério estivesse acontecendo. O máximo que tem tomado de atitude é de enviar, raramente e por curtíssimo período, força tática especial", afirmou.