Justiça determina afastamento de delegado em Araguaína.

A Justiça de Araguaína determinou o afastamento do delegado Manoel Laeldo dos Santos Nascimento, no último dia 6.  Ele é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de receber ?ajudinha? de R$ 65 mil para investigar o assassinato de um empresário, ocorrido no ano de 2012.

A sentença foi proferida pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal de Araguaína, Francisco Vieira Filho.  De acordo o magistrado, há nos autos, "provas de materialidade e indícios suficientes da autoria dos delitos imputados." E justifica o afastamento do delegado apontando que "É inviável ao denunciado permanecer presidindo inquéritos policiais no curso desta ação penal."

Denúncia do MPE

Conforme denúncia do MPE, na época Laeldo era lotado na Delegacia de Homicídios em Araguaína e investigava o assassinato do empresário  Carlos Santana Milhomem morto em dezembro de 2012. Em janeiro de 2013, familiares da vítima procuraram o delegado para saber sobre o andamento do processo, mas ele teria se aproveitado da posição para solicitar vantagem indevida.

Segundo apurado pelo MPE, diante do acúmulo de serviços na delegacia que presidia, o delegado "dificultou a investigação do homicídio, informando que somente poderia fazer algo mais pela família se houvesse uma "ajudinha" por parte das vítimas" consta a denúncia. Na ocasião, ele passou um bilhete contendo a conta bancária de sua esposa para os familiares da vítima.

"Ajudinha"

De acordo com a denúncia, em janeiro de 2013, a família da vítima depositou 30 mil reais e depois que mostraram o comprovante de depósito, o delegado passou a mostrar empenho nas investigações.

Em agosto daquele ano, Debes Antônio Rosa,  irmão do vice-prefeito de Araguaína, Fraudneis Fiomare Rosa, chegou a ser  preso por suspeita de participar do assassinato do empresário.  Entretanto, foi solto pela Justiça três meses depois por falta de provas.

Oito meses depois após o primeiro recebimento, já em setembro), o delegado teria contatado a família solicitando mais dinheiro, sob a alegação de que usaria para realizar algumas diligências faltantes. Na ocasião, os familiares da vítima realizaram mais três depósitos na quantia de R$ 10.000,00, cada uma, na conta do primo do delegado.

"Presente de natal"

Ainda segundo a denúncia ministerial, em dezembro de 2013, Laeldo entrou em contato com as vítimas novamente, informando que precisaria de mais dinheiro, dizendo "que era para comprar os presentes de natal para os filhos". Desta vez recebeu mais R$ 5 mil reais, dinheiro depositado na conta de seu primo. No total, o delegado teria recebido indevidamente R$ 65 mil.

Defesa do acusado

O AN entrou em contato com a defesa do delegado Manoel Laeldo, o advogado marcou uma entrevista para a tarde desta terça-feira, 13, onde dará as explicações sobre o caso.

Corregedoria

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a Corregedoria de Polícia Judiciária Civil informaram que o caso está na fase processual-penal. A SSP esclarece também, que no aspecto disciplinar, a corregedoria está tomando as providências de tramitação processo administrativo, em conformidade com o estatuto da Polícia Civil.