Alicie Vitória de 7 anos sofre de paralisia cerebral e se alimenta apenas de leite.

Uma mãe busca o direito de ter leite de alto custo para filha de 7 anos em Palmeirante, região norte do estado, a 112 km de Araguaína. Ao AN, ela contou que consegue o leite específico em Brasília (DF), mas há dois anos espera que a prefeitura solicite o alimento. No momento ela está sem o produto e tem dado leite normal de mercado.

Juscinesia Oliveira Gomes relatou que a filha Alice Vitória Martins sofre de paralisia cerebral, já passou por cirurgias e se alimenta através de uma sonda. Devido ao seu estado delicado, a alimentação de Alice é basicamente um leite específico para suprir suas necessidades nutricionais.

Segundo a mãe, a lata de leite custa R$ 250,00. Como a criança se alimenta a cada três horas, uma lata dura em média dois dias. Para durar mais tempo, Juscinesia disse que passou a dar o leite à filha a cada quatro horas.

Segundo Juscinesia, a cada dois meses ela viaja a Brasília para fazer tratamento da filha com com um especialista e lá recebe o leite. A última vez que consegueiu foi em julho, quando trouxe de Brasília duas caixas contendo 48 latas. Desde então já se passaram três meses e o produto acabou.

"Agora o leite acabou e eu tô comprando aquele leite ninho sem lactose, porque minha condição não dá para comprar outro leite" afirmou. A próxima viagem está marcada apenas para o dia 7 de novembro, e a demora é motivo de preocupação com saúde da filha.

De origem humilde, Juscinesia afirmou não ter condições de arcar com o alto custo do leite. Ela contou que foi orientada a cobrar do município pelo alimento e assim recebê-lo mais facilmente. No entanto, ao procurar a Prefeitura de Palmeirante ontem (27), ouviu do Secretário Municipal de Saúde que o município não teria como arcar com os custos, só se houvesse uma "ordem judicial".

Resposta da prefeitura

Por telefone, o Secretário de Saúde de Palmeirante, Nagib Lima da Silva, afirmou que o município já ajuda a família com a passagem a Brasília. "O estado é que tem que dar. O leite ela pega lá em Brasília quando vai pro hospital. O estado é que não forneceu e não tem. Ela deu o endereço de Brasília, ela não deu de Palmeirante. Se ela pega o leite lá em Brasília, como é que a prefeitura vai pegar uma despesa dessa?".  Sem apresentar uma solução para o problema no momento, afirmou "não estamos sonegando, ela tem que resolver esse negócio do endereço em Brasília".

Estado

A reportagem também procurou um posicionamento da Secretaria de Estado da Saúde ainda pela manhã, mas até o fechamento dessa matéria não obteve retorno.