O delegado regional de combate ao crime organizado, Cleyber Malta, da Polícia Federal afirmou nesta segunda-feira, 28, que a Operação Reis do Gado identificou R$ 200 milhões em patrimônio financeiro e de bens da família do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), em nome de terceiros, entre 2005 e 2012. Segundo o delegado, ao final deste período, parte dos valores teria voltado para a família, ?saindo do nome dos laranjas?.

Marcelo Miranda foi alvo de mandado de condução coercitiva ? quando o investigado é levado para depor e liberado ? na Operação Reis do Gado. O irmão do governador, Júnior Miranda, foi alvo de mandado de prisão temporária.

Investigação

Cleyber Malta declarou que a investigação teve início há cerca de 1 ano e pouco atras, por meio da abertura de um inquérito judicial.

"Diversos bens da família Miranda teriam sido registrados ou estiveram na posse de terceiros em especial entre 2005 e 2012", afirmou.

"Após a autorização para a abertura de inquérito, várias diligências foram realizadas e de fato nós confirmamos que esses bens, fazendas, diversos imóveis urbanos, gado, estariam registrados em nome de terceiros, laranjas, durante todo este período, chegando a constituir cerca de R$ 200 milhões em patrimônio em nome de terceiros. (Deste total) R$ 60 milhões, aproximadamente, em dinheiro em espécie na conta de terceiros e diversos outros bens. Ao final desse período, parte desses valores teria voltado para a posse da família, saindo do nome de laranjas."

Siqueira

O ex-governador Siqueira Campos (PSDB) foi alvo de um mandado de condução coercitiva na Reis do Gado. Também foi decretada a prisão temporária do secretário de Infraestrutura do Estado, Sérgio Leão.

A Reis do Gado aponta para um esquema que teria atuado no Estado do Tocantins ?praticando crimes contra a administração pública e promovendo a lavagem de capitais por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado?.

Compras de fazendas

De acordo com o delegado Cleyber Malta, foi identificada ?uma engenharia? de compras e recompras de fazendas no sudoeste do Pará.

"Pesquisas apontaram que a família (Miranda) chegou a ser apontada como o segundo maior rebanho do Pará, perdendo apenas para Santa Bárbara, havendo informações que esse rebanho chegaria a 30 mil cabeças de gado. Quando você percebe na análise da documentação, fiscal inclusive, que essa atividade é utilizada também para mascarar a origem de outros recursos. Nós temos a lavagem de dinheiro, a partir de recursos recebido em atos de corrupção passiva de empresários, durante este período, e depois eram integralizados nessas fazendas e posteriormente os bens eram repassados para a família Miranda", destacou o delegado.

Segundo Cleyber Malta, ?alguns dos laranjas devolveram o patrimônio sem receber nada em tr