A secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou nesta quarta (1º) que foram notificados 4 casos suspeitos de febre amarela no Tocantins. Um já foi descartado e os demais continuam sob investigação. O Tocantins não confirma casos de febre amarela em humanos desde 2000.

Segundo a Sesau, os três casos sob suspeita ocorreram em Palmas, Axixá e Xambioa e aguardam exames para confirmação. Por causa da semelhança dos sintomas entre a febre amarela e outras doenças vetoriais, especialmente as transmitidas pelo Aedes aegypti, a Sesau está orientando os 139 municípios a reforçar a vigilância da doença, em razão da região Amazônica ser área de risco de transmissão.

Segundo a médica veterinária da Gerência de Vigilância das Arboviroses do Estado, Lariane Azevedo, a morte de primatas, como os macacos, também chamada de epizootia, é um evento sentinela que pode indicar uma possível circulação viral da doença em áreas silvestres. Em 2017, somente os municípios de Aparecida do Rio Negro, Porto Nacional, Tocantínia e Taguatinga notificaram episódios de epizootia que estão em investigação.

"Por estarmos em região endêmica é importante que toda população garanta a imunidade através da vacina e informe imediatamente ao agente de saúde ou à Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) o aparecimento de macacos mortos", acrescenta Lariane Azevedo.

A enfermeira da Gerência da Vigilância das Arborvirores, Gisele Luz, explica que a dengue e a febre amarela, por exemplo, são doenças muito parecidas na fase inicial. "A dengue e a febre amarela são doenças da mesma família e, muitas vezes, por essa peculiaridade, os sinais e sintomas são muito semelhantes. A dengue apresenta febre, dor no corpo, dor de cabeça, cansaço, dor atrás dos olhos. Na febre amarela, o paciente apresenta febre, dor de cabeça, cansaço, pele e olhos amarelados e as manifestações hemorrágicas podem acontecer, assim como ocorrem na dengue", completa Gisele Luz.

Vacinação

A febre amarela é uma doença imunoprevenível, segundo o Ministério da Saúde, a vacina possui 95% de eficácia. A preocupação da Secretaria e Saúde, é que o Estado faz parte da área de recomendação vacinal, e não apresenta atualmente, 100% de cobertura vacinal para a doença, fator que deixa a população mais suscetível a adoecer. Nesse sentido, as secretarias municipais devem informar sobre pacientes que apresentarem sinais da doença e possuir histórico vacinal incompleto ou ignorado.

Segundo a enfermeira Greicy Rivello, da Gerência Estadual de Imunização, todos os municípios do Tocantins estão abastecidos com vacina para febre amarela, que é recomendada para crianças a partir dos nove meses com reforço aos quatro anos. Adultos devem ter pelo menos duas doses da vacina para garantir a prevenção, conforme recomendação do Ministério da Saúde. As doses são aplicadas com dez anos de intervalo.

"É importante alertar que aqueles que pretendem viajar para áreas de mata com fauna e flora silvestre que precisam atualizar o cartão de vacina com 10 dias de antecedência da data da viagem para garantir a imunidade", completou Greicy Rivello.

Febre Amarela

A ocorrência de casos de febre amarela em humanos geralmente é precedida da transmissão entre macacos e vetores silvestres, sendo assim, a informação sobre a morte desses animais é considerada um evento sentinela e constitui um sinal de alerta precoce para medidas de prevenção e controle.

Por isso, todo rumor de morte de primatas não humanos deve ser comunicado imediatamente ao agente de saúde mais próximo. O vírus da Febre Amarela apresenta dois ciclos epidemiológicos de transmissão distintos, silvestre e urbano. Do ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico, a doença é a mesma nos dois ciclos.

No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus, e os vetores são mosquitos com hábitos estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes, os mais importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro acidental ao adentrar áreas de mata. No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e a transmissão ocorre a partir de vetores como o Aeds Aegypti. (Com informações da Sesau-TO)