A advogada Elza da Silva Leite, 31 anos, presa em junho do ano passado, foi condenada a 18 anos de prisão em regime fechado e pagamento de multa. Ela é acusada de favorecer criminosos no Presídio Barra da Grota, em Araguaína e pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de capitais e por integrar organização criminosa.

A sentença foi proferida no último dia 16 pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Araguaína, Antônio Dantas.  Ela foi presa em 21 de junho de 2016 em cumprimento a mandado de prisão expedido pelo referido magistrado.

Na época, o delegado responsável pelo caso, José Anchieta-Deic Araguaína, explicou o motivo da prisão de Elza. "Desde o início das investigações a advogada é apontada como uma das pessoas que de diversas formas favorecia organizações criminosas instaladas no presídio Barra da Grota".

Por associação para o tráfico, ficou comprovado que a advogada movimentava contas bancárias de dois  detentos da Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota, viabilizando operações de compra, venda e distribuição de entorpecentes. Segundo foi apurado, a Elza da Silva realizava frequentes saques e transferências bancárias em favor de esposas e companheiras dos detentos e de outros comparsas.

Já o crime da lavagem de dinheiro consistiu na venda de moeda estrangeira (dólar, euro, pesos argentinos etc) proveniente do roubo a uma casa de câmbio localizada no município de Anápolis (GO). Elza da Silva Leite negociou o dinheiro em Araguaína, trocando-o por por moeda brasileira em diversas negociações e ficando com parte do valor auferido. Um dos praticantes do roubo afirmou, em depoimento, que a advogada tinha conhecimento da origem ilícita do dinheiro.

O crime da falsidade ideológica, por sua vez, consistiu na falsificação de certidões de união estável para que mulheres pudessem frequentar o presídio Barra da Grota sob a justificativa de visitarem seus companheiros, quando, na realidade, tinham por finalidade realizar programas sexuais ou ingressar com drogas na unidade prisional. Nas falsificações, a advogada utilizava o nome de sua mãe e de sua cunhada como testemunhas. Por cada documento, era cobrado valor aproximado de R$ 150,00. Chamou a atenção da direção do presídio a quantidade incomum de certidões apresentadas pela advogada em favor de um determinado número de reeducandos.

Segundo a investigação, o esquema consistia em falsificação de certidões de união estável para que mulheres tivesse acesso a integrantes de organizações dentro do presídio. Com isso, segundo Anchieta, o tráfico de drogas "ressurgia".

Elza se encontra presa numa cela do 2º BPM de Araguaína há oito meses, e terá que cumprir 17 anos e mais três meses de prisão. Na decisão, o juiz Antonio Dantas decide que Elza não poderá recorrer do processo em liberdade. Ela ainda foi condenada a pagar multa no valor de R$ 1.216,00.

O AN não conseguiu falar com a defesa dela. Na época da prisão ela negou.