Os pacientes que dependem da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do setor Araguaína Sul reclamam da demora de até seis horas para atendimento, nesta terça-feira (28). Desde a manhã a recepção da unidade está lotada de pessoas aguardando o momento da consulta com o médico.

Francisca Ribeiro, 43 anos, contou a reportagem que chegou na unidade por volta das 7h45. "Aqui tá uma vergonha a saúde nesse lugar. Tem gente que chegou na mesma hora que eu e nada. Agora [13h] tá os dois consultórios fechados. Tem mais ou menos cerca de uma hora que não tá tendo atendimento nenhum. E o pessoal continua passando mal aqui" reclamou.

Francisca disse que machucou a perna após sofrer um acidente de moto no sábado. A lesão na perna piorou e precisou voltar. "Eu estou aqui desde cedinho, o médico disse se eu não melhorasse era pra eu retornar. Eu não tô conseguindo andar, meu pé tá dormente. E eu tô aqui. Tem um monte de gente aqui passando mal".

A paciente só foi atendida por volta das 14h30 e contou que a unidade continua lotada nesta tarde.

Outro lado

Em nota, o diretor técnico da unidade, Dr. Hilton Piccelli, admitiu a demora de pacientes classificados como verde e azul e informou que "está ocorrendo por causa do grande número de pacientes na sala vermelha da unidade, o que demanda mais atenção da equipe médica da UPA".

Ainda de acordo com direção, a lotação é uma consequência da dificuldade de transferência de pacientes para o Hospital Regional de Araguaína. Até o momento, pelo menos seis pacientes aguardam encaminhamento, mas a direção da UPA foi informada que não há vagas no HRA para recebê-los.

Para sanar parte desta situação, a UPA propôs um trabalho conjunto com o HRA para a reclassificação de risco dos pacientes verdes e azuis, buscando o direcionamento dos casos para as unidades básicas de saúde, responsáveis por atender estes tipos de casos.

Outra medida será a criação de uma nova escala de classificação de risco (verde, azul, amarelo, laranja e vermelho) para alinhar os atendimentos entre UPA e HRA. Ainda assim, é necessário um tempo para a normalização dos atendimentos.

A direção da UPA esclareceu ainda que a demanda por atendimento continua crescendo e que a unidade não tem autonomia para condução de casos em regime de internação. Ela é responsável por acolher o paciente, dar o primeiro atendimento e encaminhar para uma unidade especializada.

Sobre o caso da paciente citada na reportagem, a UPA informa que ela passará por uma reclassificação e será avaliada pelo diretor clínico da unidade.