Quatro delatores da Odebrecht afirmaram, em delação premiada, que a empreiteira fez repasses de R$ 500 mil para a campanha ao Senado de Kátia Abreu (PMDB-TO), por meio de caixa dois. Segundo os executivos, a peemedebista era registrada no ?Departamento de Propinas? da construtora com o codinome ?Machado?, e as negociações foram intermediadas pelo marido da ex-ministra da Agricultura, Moisés Pinto Gomes ? que foi assessor de Kátia no Ministério.

Os depoimentos de Cláudio Melo Filho, José de Carvalho Filho, Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Mário Amaro da Silveira, da Odebrecht, embasaram pedido de inquérito da Procuradoria-Geral da República, autorizado pelo ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, para investigar a senadora peemedebista e o marido.

"Segundo o Ministério Público, narram os colaboradores a ocorrência de pagamento de vantagem não contabilizada, por intermédio de Moisés Pinto Gomes, no âmbito da campanha eleitoral de Kátia Abreu ao Senado Federal no ano de 2014?, observa Fachin. "Nesse contexto, relatam o pagamento de R$ 500 mil, divididos em duas parcelas de R$ 250 mil, repasses ocorridos em setembro e outubro do ano de 2014, em encontros no Hotel Meliá Jardim Europa, em São Paulo.

"As operações foram efetuadas por meio do Setor de Operação Estruturadas do Grupo Odebrecht, estando identificada pelo codinome ?Machado"", anota Fachin, ao autorizar inquérito para investigar a ex-ministra e o marido.

Atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República, o ministro decretou o levantamento do sigilo dos depoimentos dos executivos. A senadora ainda não se manifestou.