Reportagem do Jornal do Tocantins (16/04) mostra, a partir das delações premiadas, como dinheiro da Odebrecht abastecia campanhas de políticos do Estado. Além disso, revela a identidade secreta de quatro deles, o montante repassado e a forma que era entregue. Ao todo, o montante chegou à casa dos R$ 9,3 milhões.

De acordo com o JTO, o repasse seria destinado a campanhas de 2012 e 2014. A maior fatia, R$8,7 milhões foi para o último pleito. E a maior parte, R$ milhões foi destinada ao ex-governador Sandoval Cardoso (SD), cujo nome secreto é o novo Canário.

O segundo maior beneficiário no Tocantins seria o deputado estadual Eduardo Siqueira Campos, o Canário. Este, segundo o JTO, solicitou R$ 3 milhões em 2014, mas teria recebido apenas R$ 2 milhões.

Em terceiro lugar, vem o atual governador Marcelo Miranda que teria recebido R$ 1 milhão, em duas parcelas de R$ 500 mil. Tal recurso seria um pedido do cacique político Eduardo Cunha. Nas planilhas da Odebrecht o nome de Marcelo Miranda é o Lenhador.

De acordo o JTO, Eduardo Cunha teria ainda viabilizado R$ 1,2 milhão a Júnior Coimbra, identificado nas planilhas da empresa como o Acadêmico. E a senadora Kátia Abreu (PMDB) teria recebido R$ 500 mil.

Ainda segundo a reportagem, no ano de 2012, Eduardo Siqueira ainda articulou para a Odebrecht repassar R$ 650 mil a candidatos a prefeitos no Tocantins. E teriam recebido fatia do montante: Ronaldo Dimas (PR), Laurez Moreira (PSB), Eronides Teixeira (PSDB), Zeila Ribeiro e Marcelo Lelis (PV). Estes, por não fazerem parte do primeiro escalão, não constavam nas planilhas da empresa os nomes secretos. Pois tais contribuições, segundo o delator, eram indicações dos caciques políticos.

De acordo o JTO, a forma de repasse do dinheiro ocorria da mesma maneira para todos: o executivo da empreiteira Mário Amaro (ex-diretor-presidente da Saneatins) informava o dia, hotel, horário e senha para a pessoa buscar o dinheiro em São Paulo. Os citados negam ter recebidos recursos ilícitos da Odebrecht.

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