Uma avó desabafou à imprensa araguainense a dor de perder a neta ainda no ventre da mãe e acusou uma médica do Hospital Dom Orione de negligência. Dona Neiva Maria diz que apesar da gestação de 40 semanas, a médica não realizou o parto da nora no momento certo, levando a bebê Laura à morte ainda na barriga da mãe, no último sábado (15).

Dona Neide contou que sua nora foi ao hospital na última sexta-feira (14) com sangramento e sentindo contrações. ? Ela já tinha sangrado. A doutora que atendeu mandou um estagiário fazer um toque nela. Ele falou que tinha dilatado alguma coisa lá. Aí ela [médica] voltou lá e falou que não tinha dilatado nada. Que era pra voltar pra casa e só voltar na segunda-feira (17).

A grávida retornou para sua residência e no sábado pela manhã ainda era possível sentir a bebê se mexendo.  ?Meu filho passou a mão e ela se mexia de um lado pra outro. Ainda tava viva no sábado de manhã, disse dona Neiva.

Dona Neiva relatou que na tarde de sábado as dores da nora aumentaram, ela ligou para o marido em seguida eles foram ao hospital. ?Aí quando chegaram lá no hospital e atenderam ela, minha neta já tava sem vida, lamentou a avó chorando.

A família disse que exames de ultrassonografia realizado durante o pré-natal mostravam que a bebê era saudável. E acredita que a morte tenha sido provocada pela demora para realizar o parto.

?Se eles tivesse atendido a minha nora, se ela [médica] tivesse feito algum exame mais profundo, ela ia ver que a minha neta estava na hora de nascer. Ela nasceu sufocada. A menina sufocou. Passou da hora de nascer, disse revoltada.

Neide preferiu não revelar o nome da médica e pediu mais atenção dela ao atender grávidas. Questionada sobre qual a explicação dada pelos médicos, contou que informada do deslocamento da placenta.

? Eu acho que o que aconteceu foi negligência médica do hospital. Porque se eles tivessem atendido ela direito, isso não tinha acontecido. O que eles falaram foi que a placenta soltou.

A avó contou que os pais haviam preparado o quarto da pequena Laura com todo o carinho e tudo que restou foi apenas um vazio.

Resposta do HDO

Em nota, o Hospital Dom Orione informou que as gestantes que procuram pelo serviço de urgência e emergência são avaliadas segundo o protocolo recomendado pelo Ministério da Saúde. E que aplicação do protocolo determina a internação ou a liberação da gestante.

"No caso citado, na sexta-feira dia 14 de abril, por volta das 18 horas, ao ser aplicado o protocolo a indicação foi pela liberação da gestante. 24 horas após, ou seja, no sábado dia 15 por volta das 19:00 horas, a paciente retornou ao Hospital com um quadro de deslocamento de placenta, quadro este caracterizado por ser uma emergência obstétrica não previsível. Todas as orientações e informações foram dadas pelos médicos aos familiares e a paciente.

O Hospital continua à disposição da família para dirimir os esclarecimentos que por ventura possam ter.

Direção do Hospital Dom Orione"