O deputado estadual Eduardo Siqueira Campos (DEM) teve nova citação na Operação Lava Jato. Conforme o Jornal Nacional (JN), da TV Globo, desse sábado, 22, ele teria recebido US$ 24,750 milhões em 2011 e 2012, sob o codinome "Acelerado".

Conforme o JN, a Odebrecht entregou à Lava Jato planilhas e extratos que, segundo a empresa, comprovam pagamentos ao PMDB e ao PT, de 2010 a 2012. O material já está com o Ministério Público. Entre os documentos, há um documento com vários registros de pagamentos, inclusive em contas no exterior. São 70 pagamentos que vão de US$ 256 mil a US$ 3 milhões. As planilhas somam US$ 65 milhões que foram repassados a seis codinomes entre 2010 e 2012.

De acordo com o telejornal, Eduardo seria identificado na planilha como "Acelerado" e teria levado a maior parte dos recursos. O período de 2011 e 2012 coincide com os dois primeiros anos do último governo Siqueira Campos (sem partido).

Canário

Eduardo Siqueira já tinha sido citado na delação do ex-diretor superintendente da Odebrecht Ambiental/Saneatins no Tocantins, Mário Amaro da Silveira. Ele identificou o deputado como "Canário" na planilha da empresa. Mário Amaro contou aos procuradores da Lava Jato ter sido procurado por Eduardo em janeiro de 2014. Naquela ocasião ele já tinha deixado a Secretaria Estadual de Relações Institucionais e contou ao executivo da Odebrecht Ambiental/Saneatins que seu pai, o então governador Siqueira Campos (sem partido), renunciaria para garantir vaga para que o hoje deputado estadual disputasse a sucessão. Eduardo teria pedido naquela reunião um aporte de R$ 3 milhões, mas a empresa aprovou R$ 2 milhões.

Nota de Eduardo

Sobre essa citação, a Assessoria do deputado estadual Eduardo Siqueira Campos já tinha garantido em nota que nenhuma conduta do parlamentar contrariou a legislação eleitoral. Assim, assegurou, será "indubitavelmente" arquivado o pedido de investigação contra ele feito pelo Ministério Público Federal (MPF) e encaminhado ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) pelo relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin.

Assessoria de Eduardo Siqueira Campos afirmou em nota que ele recebeu "com indignação" a citação de seu nome em reportagem do JN. E disse que "considera um erro grave de apuração de informação, a inclusão de seu nome pela simples ligação a uma lista de diversos codinomes e a não apresentação de nenhum depoimento ou qualquer outro documento comprovando a citação de seu nome".

Eduardo também ressaltou que "jamais foi filiado ao PT ou ao PMDB". "Pelo contrário, sempre trilhou sua carreira política em oposição a essas siglas. Também não fez parte de sua atuação política qualquer relação com obras do PAC", disse.