Ambulantes que trabalham nas proximidades da Rodoviária de Araguaína serão obrigados a sair do local.   Muitos deles estão lá há 30 anos, e agora em meio à crise financeira,  ainda perderão o "ponto de trabalho".  Lá eles ganham a vida com a venda de pequenos produtos como picolé, milho assado, laranja descascada e redes de tecido.

Fiscais do Departamento Municipal de Posturas e Edificações (Demup) já notificaram os ambulantes.  Agora, eles correm contra o tempo e buscam ajuda para assegurar o direito de continuar trabalhando no local para sustentar a família.

O vereador Silvano do Picolé (PSC), que assumiu a vaga provisoriamente na última terça,  ganhava o pão de cada dia no terminal rodoviário.   Em entrevista ao AN, ele prometeu não "esquecer as origens", defendeu uma solução para impasse e afirmou não ser necessário "botar polícia" para retirar  os ambulantes  "igual cachorro".

"Já que vai vir a reforma do terminal, coloca um ponto para cada [ambulante].  Para que aquela pessoa possa pagar o aluguel, igual os outros pagam. (...) [Tem que buscar] uma solução para colocar aquelas pessoas que estão lá, que são pais de família. Não é chegar e botar a polícia para tirar as pessoas igual cachorro não. Nós somos todos ser humano e somos todos irmãos, perante Deus". Defendeu o recém-empossado vereador.

O problema também já foi levado à Defensoria Pública no último dia 27.   O defensor Sandro Ferreira  do  NUAMAC - Núcleo Aplicado de Minorias e Ações Coletivas  recebeu os ambulantes e assegurou que "vai recomendar que haja delimitação de novas áreas públicas no município para atender aos ambulantes e que o tema seja discutido em audiência pública."

O AN entrou em contato com a prefeitura de Araguaína e solicitou nota sobre a retirada dos ambulantes. Entretanto, até o fechamento da matéria, não obteve retorno.