O menino Gabriel Alves Lima, de cinco anos, morreu na manhã deste domingo (14), por volta das 8h, no Hospital Geral de Palmas, onde estava internado deste o dia 3 desse mês. Segundo o pai Derocy Pereira, a criança teve uma hemorragia nos pulmões.

Gabriel, que era de Araguaína, no norte do estado, foi transferido para capital após a família conseguir na Justiça uma vaga em uma UTI pediátrica. Ele precisava tirar um cisto no cérebro. Além disso, tinha hidrocefalia e sofria de envelhecimento precoce.

De acordo com o pai, a situação do menino se agravou durante a transferência da criança para Palmas. "Eu insisti que o Gabriel precisava ser levado em uma UTI aérea porque estava muito debilitado e não aguentava a viagem, mas só liberam a UTI terrestre."

Pereira conta que no trajeto o menino começou a apresentar problemas na respiração e precisou ser entubado. O procedimento foi feito na ambulância e ao chegar em Palmas, a criança passou por uma cirurgia de emergência. "Desde então meu filho estava em coma", afirma.

Conforme o pai, o menino se recuperava do problema nos pulmões e nem chegou a fazer a cirurgia no cérebro. O corpo será levado para Araguaína ainda neste domingo, para ser velado. O enterro está previsto para ser realizado na tarde desta segunda-feira (15). "Vamos em buscas de doações porque não temos dinheiro para pagar a funerária", afirma.

Nota da Sesau

Em nota, a Secretaria do Estado da Saúde (Sesau) confirmou que o Gabriel chegou ao HGP em estado grave. Disse que ele recebeu todos os cuidados da equipe multiprofissional, mas mesmo diante de todos os esforços a criança não resistiu e morreu.

Entenda

Gabriel foi diagnosticado com hidrocefalia com 20 dias de vida. Ele teve uma válvula implantada no crânio e não enxergava, não falava e tinha dificuldade de andar. Além de tudo isso, sofria de envelhecimento precoce: envelhecia cerca de uma década a cada ano de vida.

Em abril desse ano, o menino deu entrada no Hospital Regional de Araguaína, onde aguardava para fazer a cirurgia de retirada de um cisto no cérebro. Como no local não havia UTI pediátrica, a criança foi transferida para Palmas.

A vaga foi garantida após o Ministério Público Estadual entrar com uma ação civil judicial. "Em relação a essa criança houve um despacho judicial favorável, assim como em diversos outros casos que necessitam de UTI pediátrica. Alguns com um determinado suporte médico, outros necessitando de outras especialidades", explicou a promotora de Justiça Araína D" Alessandro.