Douglas Honório Freitas, 29 anos.

O proprietário de uma clínica de reabilitação de Araguaína e mais dois funcionários foram presos nesta segunda-feira (15), acusados de envolvimento no desaparecimento de Douglas Honório Freitas, 29 anos. A princípio, o caso era tratado como desaparecimento, mas com o andamento das investigações passou a ser considerado como homicídio e ocultação de cadáver.

Douglas era da cidade de Tucumã (PA) e foi internado na clínica de reabilitação CTA-Salvando Vidas de Araguaína, para tratamento de alcoolismo.  Ele desapareceu no dia 3 de junho de 2016. Na época, uma parente de Douglas entrou em contato com o AN relatando que ele teria tido uma intensa crise e fugido da clínica.

Após quase um ano do desaparecimento, a delegada responsável pelas investigações, Simone Melo, cumpriu hoje três mandados de prisão preventiva expedidos pelo juiz Francisco Vieira Filho: um contra o dono da CTA -- Paulo Gutierre, 30 anos; outro em desfavor da odontologista e responsável técnica da clínica, Sueli Pereira Duarte, 48 anos; e ainda contra o guarda, Leandro da Silva, 34 anos.

O mandado de Paulo Gutierre foi cumprido na própria CPPA, onde ele já se encontra preso pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e suspeita de agressão a namorada.

De acordo com a delegada, em depoimento o proprietário da clínica relatou que Douglas havia passado mal e resolveu leva-lo para UPA juntamente com o guarda, quando o paciente sumiu no caminho.

Para a delegada, o relato não condiz com os fatos, porque o extrato retroativo das ligações do celular de Paulo mostra outros dados. "No dia do desaparecimento do Douglas ele alega que logo após voltou para a Clínica para dormir, e não é verdade, pois pelo extrato retroativo mostra que ele foi para a beira de um lago no município de Filadélfia e lá permaneceu uma hora e meia, intervalo em que ligou 14 vezes para um telefone que está registrado no nome da tia dele, Suely. Ela alega que não sabe nada", explicou a delegada Simone ao AF Notícias.

Ainda conforme a delegada, um dos internos que prestou depoimento afirmou que no dia do desaparecimento, a vítima não tinha condições nem mesmo de sair andando da clínica. "Tudo leva a crer que ele foi dopado muito fortemente e veio a falecer. Daí eles ocultaram o corpo", afirmou.

À reportagem AN, a delegada afirmou que durante as investigações Suely falou fatos que foram inverídicos.  "A gente pensa que ela tem envolvimento no homicídio e ocultação de cadáver".

O Corpo de Bombeiros já mergulhou no lago em busca do corpo da vítima, mas não conseguiu localizar. A delegada afirma que há inclusive marcas de pneus de um carro que ficou atolado. "E não é um local frequentado para banho", acrescentou. Uma nova busca será solicitada.

*Colaborou repórter Elder Silva