A tarifa, com valor muito acima do que normalmente é cobrado, causou espanto na idosa

Foi com uma vela que Benvinda Braz Nunes, de 82 anos, conseguiu passar a noite desta segunda-feira (29). É que ela teve a energia cortada. A aposentada que vive sozinha numa casa em Gurupi, sul do Tocantins, garante que sempre pagou as contas em dia, mas a do mês de março está praticamente impossível de ser quitada. A tarifa que chegou à casa dela causou espanto, com um valor de R$ 3.096,28, muito acima do que normalmente é cobrado, em torno de R$ 100.

O filho da aposentada, Paulo Rodrigues, disse que por volta de meio-dia desta terça-feira (30), a energia havia sido religada.

Há dois meses, quando a aposentada recebeu a conta, ela disse que não percebeu o aumento da tarifa. "Minha cabeça não está muito boa, eu olhei e não entendi. Foi então que a minha filha falou e eu assustei demais. A energia faz muita falta. Sinto falta da televisão porque eu fico sozinha, o dia fica grande, passa devagar", contou ao G1.

Ela tem geladeira, televisão e outras coisas básicas, mas diz que faz de tudo para economizar. Dorme cedo e por volta das 19h, todas as lâmpadas já estão desligadas. O valor da tarifa do mês de fevereiro foi em torno de R$ 104. Dos meses de abril e maio foram de R$ 100,58 e R$ 133,34.

"Eu não sei o que aconteceu, não recebi visitas e gastei a mesma quantia. Eu não vou pagar porque eu não devo tudo isso. Eu devo o tanto que eu gastei. Além disso, se eu pagar como eu vou viver?", questiona.

Após receber a tarifa, os filhos de Benvinda trataram de tomar providências. Paulo Rodrigues Nunes disse que entrou em contato com a Energisa para que a concessionária fizesse uma inspeção do medidor. Conforme os documentos repassados ao G1, a empresa disse que não havia encontrado nenhuma falha no equipamento de medição e que não havia razão para retificar a aplicação da cobrança.

Por fim, conforme o documento, a empresa propôs o parcelamento da fatura do mês de março, sendo uma entrada de 30%, no valor de R$ 928,88 e o restante do valor dividido em até seis vezes de R$ 361,23. A proposta de parcelamento não agradou a aposentada. A conta não foi paga e o nome dela foi inscrito no cadastro negativo do Serasa.