Professores questionaram aumento do salário do prefeito de Colinas.

Professores da rede municipal de Colinas fizeram manifestação nesta segunda-feira (19) para cobrar o cumprimento da Lei do piso salarial do magistério. Os professores cobram o reajuste anunciado pelo Ministério da Educação para 2017, que é de 7,64%. Em carta pública, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Tocantins (Sintet) afirma que o prefeito não quer cumprir a lei alegando falta de dinheiro, mas garantiu reajuste de 29,64% do próprio salário.

Vestidos de preto, eles saíram pelas principais ruas da cidade pedindo o apoio da população, falando em carro de som sobre retirada de direitos e o não cumprimento do Piso.  Com faixas, os professores questionaram o argumento da falta de dinheiro, enquanto prefeito, vice e secretários municipais tiveram aumento de quase 30% do salário.

Só o salário do prefeito de Colinas, Adriano Rabelo (PRB), saltou de R$ 16 mil para R$ 21.278,85, um dos maiores do país. A título de comparação, o prefeito de São Paulo recebe R$ 24,1 mil e comanda uma cidade com 12 milhões de habitantes. Enquanto Colinas tem pouco mais de 34 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE 2016.

Em carta aberta, o sindicato questiona que o "aumento foi aprovado mesmo havendo uma Ação Pública na justiça contestando e considerando o aumento imoral".

"Nos argumentos do gestor falta dinheiro apenas para pagar o reajuste de 7,64 % para os/as professores/as que são garantidos pela Lei Federal 11.738/2008".

Além do não cumprimento do Piso, a nota do Sintet afirma que o prefeito anunciou sanções a rede municipal, listando: retirada do reforço escolar dos alunos do 1° ano; aumento da quantidade de horas aulas dos professores; perda das gratificações; pagamento do retroativo previsto para 2018 se tiver dinheiro; e revisão do plano de carreira com intuito de retirar outros direitos.

Ao AN, uma professora contou se não houver negociação, haverá greve. "Esse manifesto foi só um aviso para o prefeito, porque se ele não negociar para pagar o piso vamos entrar em greve por tempo indeterminado".

Confira o manifesto do Sintet na íntegra

"Carta Aberta a Sociedade Colinense

Colinas do Tocantins, 19 de junho de 2017

O SINTET vem a público pedir apoio da sociedade Colinense visto que os direitos dos/as professores/as municipais estão sendo negados pelo atual prefeito.

A alegação é falta de dinheiro?

Que contradição, pois, o salário do prefeito e outros funcionários do alto escalão, como vice-prefeito e demais secretários tiveram aumento de 29,64% que, por sua vez, foi aprovado mesmo havendo uma Ação Pública na justiça contestando e considerando o aumento imoral. Mesmo assim o prefeito instituiu e articulou maioria na Câmara municipal para a aprovação do aumento, inclusive com direito a receber retroativos.

Falta de dinheiro?

Nos argumentos do gestor falta dinheiro apenas para pagar o reajuste de 7,64 % para os/as professores/as que são garantidos pela Lei Federal 11.738/2008.

Além de negar a cumprir a Lei do Piso, o prefeito divulgou nota com sanções que serão impostas e que irão impactar negativamente a categoria e os alunos em geral.

São elas:

Retirada do reforço escolar dos alunos do 1° ano;

Aumento da quantidade de horas aulas dos professores;

Perda das gratificações;

Pagamento do retroativo previsto para 2018 se tiver dinheiro;

Revisão do plano de carreira com intuito de retirar outros direitos;

Diante disso, a categoria avisa que não vai aceitar esse retrocesso!

Queremos apenas o que é nosso de Direito!"