Secretário Mun. do Planejamento, Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Júnior Marzola, em reunião com moradores.

A gestão do prefeito Ronaldo Dimas iniciou na manhã desta terça-feira (27) a demolição de casas e comércios da Feirinha. Homens da prefeitura, Polícia Militar e máquinas estão no local desde cedo. Comerciantes da Feirinha reclamam que foram surpreendidos pela ação e invocam o direito à propriedade para resistir a ação da prefeitura.

No entanto, homens e máquinas já avançam e a operação prossegue com a derrubada de construções com uma retroescavadeira. A Defesa Civil vistoriou o local e encontrou irregularidades que colocam em risco.  Prédios com problemas de edificações e telhado. Ao todo, 44 imóveis fechados serão demolidos.

Ao AN, o comerciante Adonice Ferreira de Sousa, reclamou da ação da Prefeitura, e afirmou que não foi avisado. "Vejo com muita tristeza essa operação da Feirinha. Ele [prefeito] tinha que intimar o povo, dando um prazo de pelo menos cinco dias para gente retirar os trem da onde ele ia derrubar. Não era chegar aqui já com uma ação e todo mundo com as mercadorias".

William Silva da Luz, morador do local há 20 anos, também reclamou da ação e disse que não houve reunião com comerciantes para que pudessem se preparar e seguir com trabalho em outro local.

"O passo a ser tomado seria fazer reunião com moradores, e retirar os comerciantes e estabelecer em outro local para dar continuidade a suas atividades. Porém nunca fizeram isso. Chegam aqui 4 horas da manhã, tirando todo mundo da cama sem apresentar uma ordem de serviço e sem apresentar nada" opinou.

Uma comerciante que trabalha na Feirinha há 22 anos, preferiu não contar o nome, disse que não foi notificada e se sente injustiçada. "Tinha primeiro que fazer a justiça para demolir, e não demolir pra depois vim querer fazer justiça. Aí num tá certo. Agora só vieram com o trator e demoliram", disse indignada.

Comandante do 2ºBPM, Tenente Coronel Miranda, ressaltou que ação foi fruto de um longo processo e que não houve resistência que fosse necessário a utilização de força física.

"O fato de as pessoas reclamarem é um direito delas. Mas a Polícia Militar está aqui apenas para garantir a segurança das pessoas, dos funcionários da prefeitura e dos diversos órgãos que estão aqui cumprimento esse ato administrativo de desocupação e demolição de algumas barracas que estão abandonadas" afirmou.