Um dia histórico após 40 anos de abandono, a região de Araguaína conhecida como Feirinha começa a ser revitalizada. Na manhã de hoje, 27, uma ação conjunta formada por vários órgãos municipais e estaduais, como Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e equipes de apoio da Prefeitura, entre elas Saúde e Assistência Social, estiveram no local para a segunda etapa de construção do novo local: a demolição de barracos vazios e condenados pela Defesa Civil.

Vinte equipes de três profissionais foram ao local para fazer a desocupação dos locais vazios e acompanhamento de usuários de drogas que moravam ou frequentavam esses locais. A área é pública e a Defesa Civil catalogou 94 locais que estão condenados, nesta etapa 44 devem ser demolidos.

Alguns eram usados como abrigos por usuários de drogas, como Francismar Conceição, conhecido como Bill. Ele contou que tem casa mas, por causa das drogas, frequentava sempre a Feirinha. "Eu chegava a morar até seis meses com minha mulher e meus filhos ficavam com minha sogra. Agora quero serei acompanhado pelo CAPS [Centro de Atenção Psicossocial], quero a minha vida de volta", contou.

Estão sendo usadas máquinas retroescavadeiras e outros equipamentos para a demolição. Uma tenda foi montada próximo ao local, onde as equipes de Saúde e Assistência Social atendem as pessoas em situação de rua e usuários de drogas. Todos terão acompanhamento e serão alojados em casas de apoio na cidade.

Revitalização

De acordo com o secretário do Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, Júnior Marzola, esse dia vai ficar marcado na história da cidade. "Era uma área esquecida da cidade. Foram realizados mais de cinco levantamentos desde 2010, mostrando quais os comércios funcionam com alvará de funcionamento, os que funcionam clandestinamente, os locais de prostituição e usuários de drogas", destacou

O secretário acrescentou que será realizada uma reunião com os moradores e comerciantes de locais que deverão ser desocupados na tarde desta quarta-feira, 28. "Vamos conversar sobre a indenização e transferência deles para o galpão verde por tempo provisório e sem custos, para não perderem as atividades comerciais e não tenham perda financeira", completou.

Etapas

Essa ação faz parte da segunda etapa da revitalização do local, com a demolição de imóveis desocupados ou com risco de desabamento, previamente vistoriados e condenados pela Defesa do Município.

Em reuniões anteriores, os órgãos definiram os quatro itens de trabalho que já foram executados: Cadastro, que possibilita conhecer quem mora no local e qual ocupação; Saúde, identificando os pontos de vulnerabilidade como por exemplo, prostituição; Tráfico, com a identificação de pontos de drogas, com combate, e o vazio social de famílias que frequentam ou residem que precisam de assistência; e, por último, Demolição, com a desocupação de moradores e comerciantes para a construção do novo espaço.

Nova Feirinha

Desde 2013, a Prefeitura vem trabalhando no projeto de revitalização da Feirinha. No primeiro levantamento da Prefeitura, ainda em 2013, foram catalogados 133 imóveis, entre estabelecimentos comerciais (bares, mercearias, depósitos, açougues e barbearias) e residências, cerca de 50 famílias.

A Prefeitura já garantiu recursos federais para a realização da obra, com apoio da senadora Kátia Abreu. O Projeto da Nova Feirinha prevê a instalação de duas salas para cursos de artes, um Centro de Artesanato, um Centro de Geração de Renda e praça de alimentação no piso superior.

Participam da ação: Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, Secretaria da Saúde, Vigilância Sanitária Municipal, Defesa Civil, Procuradoria Geral do Município, Polícia Militar (PM), Fundação de Atividade Municipal Comunitária (Funamc), Corpo de Bombeiros, Secretaria da Assistência Social, Departamento Municipal de Posturas e Edificações (Demupe).