Barcos encalhados às margens do rio Tocantins.

O nível das águas do rio Tocantins, em Tocantinópolis, região norte do estado, voltou a baixar e prejudica quem trabalha com o turismo e também os pescadores que tiram dele o sustento. Os moradores lamentam a situação da seca. Em alguns trechos, turistas conseguem fazer a travessia caminhando.

Muitos barcos estão encalhados às margens do rio. Os pescadores dizem que esta é a pior seca dos últimos tempos. A situação é difícil para quem depende da pesca. "Não estamos conseguindo pegar nada nesse rio. A gente passa a noite, não pega nada, bota a rede e está no seco", disse um dos pescadores.

Quem atravessa o rio de barco consegue com facilidade pegar areia do fundo do rio. Os banhistas, que aproveitam a temporada de praia para curtir o rio, voltam para a casa impressionados. "É uma judiação para todos nós. Eu fui criada aqui, passei um tempo fora, retornei, estou aqui há seis anos, para ver essa judiação. Parte meu coração", diz a empresária Cinelândia Almeida.

O geógrafo Fábio Pessoa vem acompanhando o problema. Segundo ele, um dos fatores externos que influencia a seca é o funcionamento da usina hidrelétrica, que nas proximidades da cidade. "Se você for pensar no rio como elemento da vida, um elemento da qual nós fazemos parte, é totalmente catastrófico. A tendência é que você tenha, cada vez mais, situações como essa na beira do rio Tocantins, que façam com que pescadores e ribeirinhos, tenham todo o modo de vida prejudicado".

Histórico

Em setembro, na região de Tocantinópolis, a água do rio Tocantins baixou e chegou a um dos pontos mais críticos em relação ao que aconteceu nos últimos anos. Segundo a Prefeitura da cidade, os barcos e canoas ficaram totalmente no seco. Além disso, pescadores reclamaram da falta de peixes. Imagens do antes e depois mostraram a situação do rio.

A situação seguiu pelos meses seguintes. Os ribeirinhos que estavam acostumados a pescar bem perto da margem precisavam percorrer até 200 km para encontrar os peixes. O nível começou a subir depois de novembro, quando começaram as chuvas.