Levantamento feito pelo Jornal do Tocantins.

Os custos com auxílio-moradia no Tocantins já chegaram ao montante de R$ 44,720 milhões no últimos dois anos e meio.  A cifra representa o que a Assembleia Legislativa (AL-TO), o Tribunal de Justiça (TJTO), o Ministério Público Estadual (MPE-TO) e o Tribunal de Contas (TC-TO) tiveram que gastar para arcar com benefício pago aos membros dessas instituições de janeiro de 2015 a junho de 2017. O levantamento foi feito pelo Jornal do Tocantins.

O auxílio-moradia é pago em caráter indenizatório aos deputados estaduais, conselheiros titulares e substitutos do Tribunal de Contas, procuradores de Contas, procuradores e promotores de Justiça. O valor varia de R$ 3.800 a R$ 4.337,77.

Para quem ganha mais e já tem casa própria

Um dos pontos que causa polêmica é que o benefício é restrito aos servidores públicos que recebem os maiores salários, geralmente mais de R$ 20 mil por mês. Outra imoralidade é que o auxílio-moradia é garantido até mesmo aos beneáciários que já possuem residência própria. Só não é pago se o servidor morar em residência oäcial, custeada pelo Poder Público.

Alguns abrem mão

Por entenderem a imoralidade do pagamento do auxílio, alguns não aceitam o benefício. Mas, poucos falam sobre o assunto para não se indispor com os colegas. No Ministério Público existem promotores que abriram mão do benefício, mas preferem não ser identiäcados. Na Assembleia Legislativa, a transparência permite veriäcar quem deixou de receber os recursos, são eles: Paulo Mourão (PT), Olyntho Neto (PSDT), Luana Ribeiro (PDT), Eli Borges (PROS) e Ricardo Ayres (PSB).

Ministério Público tem o maior valor

O maior auxílio-moradia pago no Tocantins é o do MPE, R$ 4.377,77 mensal para os promotores e procuradores de Justiça. Seguido do TCE, R$ 4.377,73, que são pagos aos conselheiros, conselheiros substitutos e procuradores do Ministério Público de Contas.

Os deputados estaduais têm direito a um benefício mensal de R$ 3,8 mil. O menor valor pago é o dos magistrados, mas também a maior quantidade de beneäciados, R$ 2.481,89. Por ano e no montante total, o Judiciário registra os maiores valores pagos, foram: R$ 6,882 milhões em 2015, R$ 6,802 milhões em 2016, e R$ 3,344 milhões este ano, um total de R$ 17 milhões.

Em segundo lugar, o MPE com um gasto médio anual de R$ 5,871 milhões, com um montante total de R$ 14,6 milhões Já o TCE registrou o terceiro maior gasto com auxílio-moradia, R$ 13,7 milhões. Em quarto lugar, está a Assembleia Legislativa com uma soma de 2015 a 2017 de R$ 2,242 milhões.

Mais de 1.190 casas populares

Se esse dinheiro fosse revertido em casas populares para famílias de baixa renda, daria para construir cerca de 1.190 casas populares considerando o custo de R$ 40 mil por unidade.