Deputado Federal Irajá Abreu.
Fernando Almeida/AN

O deputado federal Irajá Abreu (PSD) concedeu entrevista ao AN para falar sobre a reforma política em trâmite na Câmara dos Deputados. O parlamentar tocantinense explicou as principais mudanças: sistema eleitoral e fundo partidário.  Além disso, defendeu o "distritão" como modelo mais democrático e se posicionou contra a reeleição para o executivo.

Irajá frisou que o atual sistema político brasileiro, o proporcional, está ultrapassado.  "Ele exauriu, esgotou. A população não compreende como que vota numa pessoa e muitos acabam se elegendo na carona dos candidatos do partido".

Voto "distritão"

O parlamentar defendeu o novo modelo, o chamado ?distritão?, que é voto majoritário, previsto na reforma.  Cada estado ou município vira um distrito eleitoral, onde são eleitos os candidatos mais votados. Nesse caso, não são levados em conta os votos para o partido ou a coligação. Só é eleito para o legislativo quem tem mais votos.

"É um sistema muito mais democrático. Porque a pessoa ao votar vai saber exatamente quem elege e quem não elege. Por exemplo, no Tocantins temos oito deputados federais. Os oito mais bem votados serão os representantes, serão eleitos. Os deputados estaduais da mesma maneira. Os 24 mais bem votados é que serão eleitos. É uma forma mais clara, mais transparente para o eleitor", defendeu Irajá.

Financiamento de campanha

Outro ponto, bastante polêmico contido no texto da reforma, é o fundo eleitoral. Isto é, o dinheiro para custear as campanhas dos candidatos em todo o Brasil.

"Como o sistema anterior, que era o sistema de financiamento empresarial, foi proibido pelo STF, então se pensou num sistema mais republicano, mais democrático, que é o financiamento público", explicou Irajá acrescentando que há previsão de doação física também.

Para Irajá,  o novo sistema vai reduzir os custos de campanha e proporcionar uma disputa mais democrática entre os candidatos.  Outro ponto, que não conta no texto, mas o deputado defendeu é o fim da reeleição. "Você cria uma zona de conforto que é ruim para a democracia. (...) é uma disputa desleal [entre quem está com a máquina na mão e quem está fora dela", finalizou.