Kátia Abreu reafirma que não foi afastada do PMDB e que deve tomar decisão sobre seu futuro até setembro.

Alvo de um processo de expulsão do PMDB por causa de desentendimentos com a executiva estadual, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) disse que "o PMDB não é um mau partido, são alguns membros que estão o destruindo". Opositora do colega de partido Marcelo Miranda, ela não esconde o desejo concorrer ao governo do Tocantins.

A senadora disse em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo que deve tomar uma decisão sobre seu destino até setembro. Afirmou que levará em conta o cenário eleitoral antes de decidir a sua futura legenda, caso o casamento com o PMDB chegue ao fim.

"Recebi convites de vários partidos. Estou fazendo uma análise para saber o que é melhor para o que pretendo e a composição no meu Estado, mas vou esperar um pouco, não tenho urgência para esta mudança" disse ao Estadão.

Kátia criticou que o partido está tendo "comportamentos ditatoriais" para "defender um governo", e "não um país".

" O PMDB perdeu totalmente o fio da meada, o partido das Diretas Já, do Ulysses Guimarães, um partido democrático, tolerante, como está no estatuto. De repente, não pode ter menos de 270 votos na Câmara por causa das questões atuais. Então o compromisso do partido é com essas pessoas, não pode perder o voto de nenhuma. Está radicalizando, tendo comportamentos ditatoriais para defender um projeto, um governo, e não defender o País. Agora, querer me calar, impor votos, isso eu não aceito".

Ela reiterou que não foi afastada do partido, que esta decisão cabe apenas a Executiva Nacional. Por outro lado, "o processo de expulsão continua tramitando na comissão. Então não teve decisão nenhuma, zero" explicou.

Questionada sobre o porquê de o partido ter decido analisar seu processo, e não o do senador Roberto Requião, disse que seu caso se deve ao fato de ser "adversária do diretório local".

"Vou me candidatar ao governo e estou incomodando. E eu bato em cima. É uma guerra local. O que acontece: eles não podem perder nenhum voto e, para isso, vão até as últimas consequências. Eles querem dar exemplo. Então é mais fácil punir a mim, que fiquei contra o impeachment".