Ex-governador Siqueira Campos afirma que tem coerência política e descarta apoio a Marcelo.

O ex-governador Siqueira Campos (sem partido) negou que vai apoiar a possível candidatura à reeleição de Marcelo Miranda (PMDB) em 2018.  A informação foi divulgada na noite desta segunda-feira (18) em uma carata direcionada ao prefeito de Palmas, Carlo Amastha (PSB).

A carta é uma resposta às declarações de Amastha, proferidas no último domingo (17) em evento do PSB em Palmas. O prefeito da capital mencionou uma possível aliança entre Siqueira e Marcelo para o Governo em 2018. E disse que assim ficaria mais fácil dele (Amastha) vencer os dois.

Siqueira ponderou que não existe nem tentativa de fazer essa possível aliança, que prejudica os dois. "Dizer que posso fazer uma aliança política com o atual Governador é desconhecer a história política do Tocantins ou querer colocar-me em situação que pretenda desfavorecer a mim ou ao atual Governador, tendo em vista a total ausência de tratativas neste sentido, seja por mim ou por terceiros".

Na carta, Siqueira cita incoerência política e relembra que líderes do PSB apoiaram a candidatura de Gaguim (PMDB) a governo em 2010.  E que agora o próprio Gaguim propõe uma EC (Emenda Constitucional) para impedir Amastha de se candidatar ao Governo do Estado, por ser estrangeiro, no caso, Colombiano.  O ex-governador também reforça que tem uma coerência política e descarta apoio a  Marcelo.

"Peço que excluam meu nome quando os assuntos forem especulações infundadas, pois como mostra a história, não sou eu quem faz e desfaz alianças atingindo a honra, xingando adversários, para depois mudar de posição em virtude de novas conjunturas", diz trecho da carta.

Siqueira também relembrou que sempre recebeu políticos, aliados ou adversário e até nomes que pretendem disputar o Governo em 2018. Entretanto, ponderou que  tratou a  todos com educação.  "Dispensei a mesma recepção com a deferência e gentileza que merecem pelos cargos que ocupam e pelo que representam para o Tocantins."

Siqueira destacou que não está em pré-campanha, que não é filiado a nenhum partido político e não está discutindo qualquer aliança.  Mas frisou, que se a saúde permitir, seu nome estará à disposição para disputar o senado em 2018. Siqueira finaliza a carta alfinetando Amastha.  "Desejo que o atual prefeito da cidade que tive a honra de fundar e construir as grandes obras que nela existem, que continue com sua administração, pois há muito trabalho a fazer e é isso que o povo dessa cidade espera", finaliza.

Confira a carta

Palmas-TO, 18 de Setembro de 2017. Carta do ex-governador Siqueira Campos ao Prefeito Carlos Amastha e Convencionais do PSB Senhor Prefeito e Convencionais, Me utilizo deste meio apenas para colocar e esclarecer a minha posição, em virtude de ter visto o meu nome citado sobre uma eventual aliança, visando reforçar certos argumentos em uma campanha eleitoral que ainda falta um ano para acontecer, mas que parece já ter começado. Dizer que posso fazer uma aliança política com o atual Governador é desconhecer a história política do Tocantins ou querer colocar-me em situação que pretenda desfavorecer a mim ou ao atual Governador, tendo em vista a total ausência de tratativas neste sentido, seja por mim ou por terceiros. No entanto, tenho certeza que este não é caso do Prefeito. Vejamos, desde 1988, quando disputei a primeira eleição para Governador do Tocantins, sempre enfrentei o PMDB. E foi assim em 1994, 1998, 2006 e 2010. Creio estar perfeitamente clara a minha linha e coerência.  Recordo aos atuais líderes do PSB, que em 2010, o atual presidente da sigla e hoje Prefeito da nossa Capital, apoiou abertamente o então candidato à reeleição ao Governo do Estado pelo PMDB, Carlos Henrique Gaguim. O mesmo Carlos Gaguim que hoje defende uma Emenda Constitucional para que o atual Prefeito de Palmas  não possa ser candidato a Governador ou a Senador, Emenda que não tem o meu apoio. Como podem perceber sempre mantive o meu lado político, a minha coerência e trajetória.  O mesmo eu poderia dizer em relação ao quadro nacional, sempre apoiei as candidaturas que entendia melhores para o nosso País, sem buscar aproximação com aqueles que sempre foram adversários históricos do meu pensamento político. Por isso, peço que excluam meu nome quando os assuntos forem especulações infundadas, pois como mostra a história, não sou eu quem faz e desfaz alianças atingindo a honra, xingando adversários, para depois mudar de posição em virtude de novas conjunturas. Receber apoio sempre é importante e engrandece qualquer candidatura. No entanto, é necessário respeitar o direito de todos, sem que mereçam rótulos ou conjecturas que não guardem relação com a realidade. Quando a sua Excelência, o Prefeito de Palmas, esteve em minha residência, o recebi com toda a educação, assim como fiz com os senadores Ataídes de Oliveira, Kátia Abreu e Vicentinho Alves, todos nomes que já foram ou são cogitados como concorrentes ao Palácio Araguaia. E a todos dispensei a mesma recepção com a deferência e gentileza que merecem pelos cargos que ocupam e pelo que representam para o Tocantins. Saúdo os convencionais do PSB e ressalto o quanto é importante o exercício da Democracia e eventos como o do último domingo, 17, servem para reforçar esse movimento que precisa sempre ser aperfeiçoado. Quando vejo a sigla PSB me recordo de amigo de longa data, contemporâneo de Congresso Nacional, Miguel Arraes, que fez nascer o PSB para o Brasil a partir de Pernambuco, terra de origem de meu pai e da família Siqueira Campos.  Vejo que o partido se reforça, agora recebendo a filiação do ex-deputado Junior Coimbra, que já foi líder do Governo Marcelo Miranda na Assembleia Legislativa. Partido que já tem o deputado Ricardo Ayres, também ex-secretário da Juventude do atual Governador. Assim como o PSB detém dois ex-secretários de meu último Governo, o professor Danilo de Melo e o deputado Alan Barbiero. Por fim, quero destacar que não estou em pré-campanha. Não sou filiado a nenhum partido político e não estou discutindo qualquer aliança. O tempo se encarregou de extinguir qualquer desavença pessoal, no entanto, no campo político como já citei, mantenho-me fiel aos mesmos ideais. Se no momento oportuno estiver em boas condições de saúde, posso colocar meu nome à disposição do povo tocantinense para disputar uma vaga ao Senado, pois entendo, que com minha experiência, poderei seguir dando minha contribuição ao Estado que ajudei a criar, implantar e consolidar. Desejo que o atual prefeito da cidade que tive a honra de fundar e construir as grandes obras que nela existem, que continue com sua administração, pois há muito trabalho a fazer e é isso que o povo dessa cidade espera. José Wilson Siqueira Campos Ex-governador do Tocantins