Ataídes garantiu que não vai permitir que a CPMI seja usada como

"Aqui nesta CPMI não tem nenhum tipo de acordo político. Estamos em busca da verdade". O recado foi dado em alto e bom som nesta terça-feira (26) pelo presidente da CPMI da JBS, senador Ataídes Oliveira, ao final de mais uma reunião da comissão, na qual foram aprovados 15 requerimentos de repasse de informações sobre operações da JBS e de quebras de sigilos telefônicos e eletrônicos.

Ataídes ironizou as notícias de que haveria um acordo de não-agressão entre PT e PMDB, de forma a blindar lideranças importantes dos dois partidos. "Esqueceram de combinar com os russos", afirmou, reiterando que seu interesse, na condução da CPMI, é apurar a fundo todas as irregularidades cometidas pelo Grupo J&F, com prejuízo bilionário para os cofres públicos.

Quebra de sigilo

Dez dos 15 requerimentos aprovados pedem a quebra de sigilo telefônico, eletrônico e bancário das principais figuras envolvidas no escândalo ? o empresário Joesley Batista, o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis, o executivo da J&F Ricardo Saud e o ex-procurador Marcelo Miller, suspeito de ter atuado a favor da JBS enquanto ainda ocupava função pública.

Também foram requeridos ao BNDES e ao Banco Central dados financeiros e informações detalhadas sobre operações realizadas com o Grupo J&F, dono da JBS. O grupo conseguiu mais de R$ 8 bilhões em empréstimos do BNDES durante os governos Lula e Dilma. De acordo com o próprio Joesley Batista, o apoio do BNDES foi assegurado pelas propinas que o grupo pagou ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.

Depoimentos

Os depoimentos marcados para esta quarta-feira (27) foram remarcados para a semana seguinte. Para o dia 3, foram agendadas as oitivas do ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e de Márcio Lobo, advogado da associação de acionistas minoritários da JBS. Os depoimentos do procurador Angelo Goulart Villela e do advogado do grupo JBS Willer Tomaz de Souza foram remarcados para o dia 4.