Moradora do Alto Bonito, Wádia Corasso fez uso da palavra na tribuna da Câmara Municipal.

Moradora do Setor Alto Bonito em Araguaína há 10 anos, Wádia Corasso, relatou que investiu muito para realizar o sonho da casa própria. E hoje, devido a estrutura do local e padrão da construção, a residência chegar a valer a média de R$ 160 mil.  Mas, lamenta, que há um mês recebeu a ordem de despejo, prevendo a perda de tudo e que será indenizada com apenas míseros 160 reais.

Em entrevista ao AN, nesta segunda-feira (16), a moradora relatou o drama vivido com a reintegração de posse. Ela representa o cotidiano de ao menos 140 famílias que moram na área, que serão despejadas. "Nosso setor tem creche, escola, tem posto de saúde e totalmente asfaltado. [Tem] calçadas e todas ruas sinalizadas, com faixa de pedestre. É um setor modelo".

Entretanto, apesar destes benefícios feitos pela prefeitura, os moradores serão obrigados a deixar o local. E todas as benfeitorias ficaram sem custo ao dono da área. "Acordamos há um mês atrás sabendo que vamos ser desapropriados de nossas casas. Sendo que quando foi dado a sentença lá era casa de tábua e lonas", frisou a moradora.

Wádia também reclamou da mísera indenização prevista na decisão Judicial, com base de cálculo feita em 2002, a saber: 15 anos. "Hoje, meu lote para eles indenizar, vale 160 reais. Hoje, se for vender minha casa, murada, bem estruturada, ela vale R$ 160 mil. Pra eles me indenizar, para eu sair, o lote é 160 reais. E minha casa? Quem vai pagar? Eu levo nas costas".

Na Tribuna da Câmara, emocionada, Wádia falou do sonho que se tornou pesadelo. "Compramos [o lote] na esperança de termos a nossa casa, nossa moradia, nosso lar. (...) Acordamos [com eles] dizendo: oh! Não é seu. Aqui onde você está não é seu. A minha casa paguei para alguém que disse que era dele. (...) Nós compramos ali um pedacinho de esperança para criarmos a nossa família"

A moradora frisou que todos estão preocupados e enfraquecidos. Lembrou também que propôs ao dono da área o pagamento de R$ 160 reais pelo lote, preço estabelecido pela Justiça, mas ele recusou. Wádia disse ainda que espera que tenha uma solução e está disposta a pagar pelo lote.

Ao final da Sessão, a Câmara fez encaminhamento ao município solicitando reunião entre as partes para propor um acordo extrajudicial.

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