Suspeito de matar universitário Fabrício Martins.

O jovem Hiago Pereira da Silva, de 24 anos, foi pronunciado e será levado a júri popular pela morte do colega de trabalho Fabrício Martins, crime ocorrido em maio desse ano. A decisão foi proferida pela juíza Cirlene Maria de Assis Santos Oliveira, substituta da 1ª Vara Criminal de Araguaína. Ainda não há data para o julgamento.

O MPE relata na denúncia que Hiago praticou um homicídio triplamente qualificado "por motivo fútil, mediante dissimulação e meio cruel", utilizando-se de uma faca para desferir vários golpes nas costas do estudante, "causando-lhe intenso e desnecessário sofrimento", acrescenta a decisão.

Além disso, a promotoria afirma que o corpo foi ocultado debaixo de um bueiro e a moto da vítima abandonada longe da cena do crime. Por essa razão, a juíza também pronunciou Hiago pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual.

Hiago alega que estava sendo vítima de extorsão por ter filmado as partes íntimas de Fabrício por cima da parede do banheiro da empresa. Fabrício teria passado então a exigir R$ 4 mil para não denunciá-lo à direção. Contudo, Hiago não conseguiu o dinheiro.

A magistrada diz que "é possível admitir que o fato [crime] possa ter ocorrido porque o acusado visava cessar exigência de indenização por parte da vítima, de modo que caberá ao tribunal do júri analisar a ocorrência ou não desse motivo".

Crime

Fabrício Martins desapareceu na noite do dia 19 de maio de 2017, quando completaria 24 anos, e sua motocicleta foi encontrada abandonada no dia seguinte numa rua do Setor Jardim Paulista. O corpo só foi localizado no dia 03 de junho em avançado estado de decomposição dentro do Córrego Canindé, próximo ao Parque Cimba.

O suspeito de cometer o crime foi preso cinco dias depois e confessou à polícia. Segundo o acusado, um carrinho de mão foi usado para transportar o corpo de Fabrício.

Padrasto

O padrasto de Fabrício Martins afirmou que, dois meses antes do crime, o jovem chegou a comentar com a própria mãe sobre uma pessoa que havia lhe filmado e que iria "denunciá-lo".  A mãe de Fabrício teria aconselhado a não fazer nada.

Irmão de Fabrício

Um irmão da vítima relatou que tinha ciência do problema pessoal entre Fabrício e Hiago, pois dois meses antes do crime ocorrer, ele tinha comentado que um colega de trabalho tinha feito filmagens de suas partes íntimas.

Segundo o irmão, Fabrício afirmava que iria cobrar uma indenização por danos morais e que a vítima mantinha contato com o autor do crime por meio de redes sociais. Hiago teria criado um perfil falso só para enviar a Fabrício o vídeo que ele havia feito.

Diante do episódio, Fabrício dizia que iria comunicar o caso ao departamento de Recursos Humanos do frigorífico onde os dois trabalhavam. No entanto, a vítima não cumpriu a promessa e passou a cobrar uma quantia em dinheiro para não entregar Hiago.