Dia da reabertura da APAE de Muricilandia, em agosto deste ano.

Cerca de 26 alunos da APAE de Muricilândia estão com a alimentação reduzida. Segundo denúncia, a Prefeitura, principal parceira da entidade, está em débito com alguns fornecedores e a entrega dos alimentos foi suspensa por falta de pagamento. Desde a última segunda feira (23) os alunos estão sofrendo com a ausência do básico para se alimentar.

Um funcionário preferiu não se identificar, por medo de represálias, informou ao AN, que a entidade está funcionando de forma precária. Segundo ele, a Coordenadora do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) do município de Muricilândia, Carla Beatriz, disse a cozinheira da APAE que não havia esperança de fornecimento de alimentos. Mas que logo depois foram entregues 5 kg de carne bovina, o que não é suficiente para atender a necessidade da instituição.

O funcionário disse ainda que há muita reclamação por parte dos alunos. "Os meninos reclamam muito da falta de frango, da falta de carne, principalmente eles que tem uma deficiência, não entende porque que tá faltando e a gente não tem como explicar".

Ele contou que se sente muito frustrado por não poder fazer nada. "Eu me sinto péssimo, com as mãos atadas, porque a gente na realidade depende deles e pelo fato dessa dependência a gente sofre muito. Como a cidade é carente e não há grandes empresários que queiram apadrinhar a Apae é complicado pra gente". Lamenta.

Histórico

Já faz algum tempo que APAE de Muricilândia vem passando por sérias dificuldades. A entidade ficou fechada por oito meses, sendo reinaugurada no final de agosto deste ano. Na época, a Defensoria Pública atuou para retomada das atividades do entidade. Os alunos foram os mais prejudicados, segundo a própria APAE, eles não se encaixavam na rede municipal de ensino e não tinham nenhum atendimento especial.

O que diz a gestão Municipal

Por telefone, a coordenadora do PNAE, Carla Beatriz, informou ao AN que a Apae não é de responsabilidade da Prefeitura, mas que mesmo assim o gestor assumiu a responsabilidade de custear as despesas.

"Lá não é uma escola, é um órgão não governamental (...) a prefeitura está entrando em parceria. Não é obrigatório de forma alguma, porque a Apae vive de doações. Então a prefeitura está arcando com todas as despesa desde o pessoal, o material pedagógico até a alimentação. Então a gente não espera que terceiros vão lá (na Apae) e doe".

A coordenadora negou que tenha faltado alimentação da entidade. "Ontem mesmo foi entregue à Apae alimentação. Eu tenho documentação que comprova isso (...) Isso não tá acontecendo. A gente tem carne, tem verdura, tem arroz, feijão, óleo, macarrão. Nós só não temos as coisas supérfluas como leite condensado, creme de leite porque isso não faz parte do cardápio da merenda escolar" relatou.