Pedreiro Adailton Santos Morais foi morto em 2007.

Após quase uma década, a família do pedreiro Adailton Santos Morais (37 anos), que mora em Ananás, ainda espera por Justiça.  O trabalhador foi morto em fevereiro de 2007 por um agente penitenciário, em um ato de abuso de poder.

No último dia 7 de outubro, o Juiz Vandré Marques e Silva determinou que o acusado pelo crime, Ueliton Gualberto Pereira, 42 anos, vá a julgamento por um Tribunal do Júri.

Agora a família da vítima espera que a Justiça seja feita. A filha de Adailton, a professora Alaís Cristynne, relatou a angústia de viver sem o pai e cobrou uma solução para o caso.

"Quando o pai foi assassinado, foi embora ali meu herói, protetor, provedor, amigo. Ele sempre fez questão de prezar muito pela família. Deixou três filhas, eu e mais duas irmãs, na época todas menor idade. Não foi fácil e não está sendo fácil vendo a impunidade e a demora da justiça nesse caso. São quase 10 anos esperando que a justiça seja feita", lamentou Alaís, frisando que o acusado nunca foi preso.

Conforme a sentença, em ato de abuso de poder, o réu se apresentou à vítima como policial e lhe deu voz de prisão na madrugada do dia 9 de fevereiro de 2007, próximo a um bar em Ananás. Como a vítima se recusou a cumprir a ordem de prisão, o agente teria disparado os tiros. A vítima faleceu ainda no local.

Para o juiz, os laudos de exames (técnico-pericial e necroscópico), o interrogatório do réu, fotos anexadas ao Inquérito Policial, outros elementos e circunstâncias que envolvem o crime e a audiência de instrução realizada durante o andamento do processo mostram os indícios de autoria da prática do crime e embasam a decisão pela pronúncia.

"Com efeito, esses são os motivos pelos quais me convenço da existência do crime (materialidade) e da presença de indícios de que Ueliton Gualberto Pereira participou ativa e diretamente das ações que culminaram na morte de Adailton Dos Santos Morais (autoria)", escreve o juiz ao pronunciar o réu a júri popular. O réu ainda pode recorrer da sentença e só depois será marcada a data para a realização do júri.