Comandante do 2ºBPM João Costa Miranda e Delegado José Rérisson Macedo

Araguaína chega aos seus 59 anos mais desenvolvida, mas também com índices de criminalidade preocupantes. Só no segundo trimestre deste ano, foram 180 casos de roubos e furtos de veículos; 65% do número registrado em todo o estado no mesmo período, segundo um levantamento da PM divulgado pelo G1.

Para comentar sobre as ações para melhorar a segurança na cidade, o AN entrevistou o Comandante do 2º BPM, Tenente-Coronel João Márcio Costa Miranda e o delegado de Polícia Civil José Rérisson Macêdo.

PM

Primeiro entrevistado, o Comandante Costa Miranda disse que apesar das dificuldades enfrentadas, a "cidade não vive uma crise na segurança pública". Ele declarou que tanto a PM quanto a PC têm se preocupado muito, sobretudo com os danos ao patrimônio.

"Os roubos, os furtos [em casas], roubos a transeuntes, roubos de veículos. A PM tem se preocupado com isso, mas entendemos que é algo que acontece em todas as cidades que tem uma população muito grande, uma cidade em pleno crescimento" considerou.

João Márcio declarou que apesar de a PM ter atribuição constitucional de realizar policiamento ostensivo e preventivo, admitiu que "não tem sobrado muito tempo pra fazer prevenção". Exemplificou que "parar naqueles locais movimentados, entrar num estabelecimento, conversar com as pessoas, acaba que não tem sobrado esse tempo", disse o comandante.

De acordo com o comandante, a PM tem atuado mais de forma repressiva, pois a demanda é grande e o efetivo não é satisfatório desempenhar a prevenção.

Ele reforçou que a polícia tem se empenhado para atender de forma satisfatória a população e ressaltou a importância da parceria entre as forças de segurança.

"Temos feito operações pra combater principalmente os crimes contra o patrimônio, que é o que tem trazido muito transtorno para a população. E a gente tem que procurar trabalhar em conjunto com os demais órgãos de segurança".

Questionado sobre o que poderia melhorar a segurança da cidade, o comandante citou a implantação do projeto Rede Comunitária. A polícia pretende receber denúncias da população por meio de mensagens. Disse que o projeto tem sido utilizado em outras cidades e tem dado certo.

"Nós vamos criar grupos utilizando aplicativos, a exemplo do WhatsApp (...) repassar informações e a polícia também interagindo com as pessoas. E aliado a isso, procurar adotar medidas preventivas principalmente no combate às drogas. A gente já faz algumas ações e aliada à Polícia Civil vamos dar segmento a esse trabalho".

PC

O segundo entrevistado, delegado José Rerisson Maced, falou que a cidade já passou por momentos muito difíceis, mas que está sendo superado. Com o reforço de novos agentes, delegados e escrivães, ressaltou que agora as condições são favoráveis para que as investigações caminhem de forma rápida e eficaz, resultando na identificação e prisão de muitos criminosos.

"Hoje dispomos de um efetivo altamente qualificado, que reúne todas as condições técnicas para desvendar crimes de toda ordem", destacou Rerisson. Ele frisou a parceria com a PM, que apesar de efetivo reduzido, conta com "valorosos policiais". "Dentro de suas condições, vem buscando no trabalho preventivo que desempenha, evitar que mais crimes aconteçam. São guerreiros, são nossos parceiros".

Para a segurança na cidade, o delegado também citou o trabalho da Agência de Segurança, Transporte e Trânsito(ASTT) . "Registro o excelente trabalho que tem feito a ASTT, organizando o trânsito em nossa cidade, de forma muito presente, contribuindo para sensação de segurança, notória no atual cenário".

Ele finalizou dizendo para uma cidade mais harmônica, além dos investimentos na segurança são necessários incentivos na educação. "Se faz necessário aumentar ainda mais os efetivos das forças de segurança e fazer investimentos em qualificação e equipamentos. Acompanhado de ações públicas que promovam a geração de emprego e renda para jovens e adultos, incentivo a práticas esportivas, educação de qualidade e ter mais respeito às diferenças".