Senadora Kátia Abreu (sem partido) fala de sua expulsão do PMDB.

A senadora pelo Tocantins Kátia Abreu (sem partido) falou na manhã desta quarta-feira (29) sobre sua expulsão do PMDB.  O discurso, com duração de 8 minutos, aconteceu no Senado em Brasília-DF. Ela disse que foi expulsa por não ter apartamento cheio de dinheiro, que a cúpula transformará a legenda não só numa quadrilha, mas e num partido maldito.

Kátia iniciou sua fala com a leitura de um versículo bíblico, Mateus 7,6, que frisou ser apropriado para o momento. "Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem." Leu a senadora.

Logo em seguida, Kátia criticou falta de convicções de políticos do PMDB. "Pra mim vale a pena morrer por ideais. Ainda sou desse tempo". Acrescentando que sua expulsão se tornou "escárnio da nação" e que a cúpula da legenda envergonha os tocantinenses "também com prática de corrupção."

--Fui expulsa porque (...) não faço parte de quadrilha. Porque não faço parte de conluio. Porque não estou presa, não uso tornozeleira. Porque não tenho apartamento cheio de dinheiro. Ou por que não apareceu nenhuma mala cheia de dinheiro da senadora Kátia Abreu? Será que foi por esses motivos que fui expulsa do PMDB? Questionou.

A senadora ainda manifestou sua indignação com o que o PMDB fez com o Brasil e com o Tocantins. "A cúpula atual deste partido tem desfigurado, prejudicado e atingido de morte até aqueles que não se assemelham a eles."

E se referindo ao povo do Tocantins, defendeu sua história. "Em 23 anos de vida pública eu nunca manchei o nome desse estado".  E disse também que nunca colocou a mão em dinheiro público.

-- Vou atender o pedido de vocês [cúpula do PMDB]. Amanhã vou colocar numa moldura dourada a minha expulsão. Porque das mãos de onde veio, é um atestado de boa conduta para meu currículo. Essas pessoas que não servem ao país. Eles se servem do país. (...) Essa cúpula vai fazer com que o PMDB, infelizmente, se transforme não só em bandido, mas em maldito diante dos olhos da sociedade brasileira.