Empreiteira de Rossine fez doação de R$ 3 milhões a Siqueira e mais de R$ 500 mil a Gaguim.

A delação premiada do empreiteiro Rossine Aires Guimarães desencadeou a 6ª fase da Operação Ápica, tendo como  principais alvos os deputados federais Carlos Gaguim (Podemos) e Dulce Miranda (PMDB), primeira-dama do Estado. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos gabinetes e residências dos parlamentares.

Segundo a PF, os deputados estariam envolvidos em uma suposta organização criminosa que praticava direcionamento de contratos públicos para empresas que realizavam pagamento de propina, mas não executavam os serviços encomendados.

Também são alvos de intimações da PF os ex-coordenadores da campanha de Gaguim ao Governo em 2010: o ex-deputado estadual Igue do Vale e o ex-presidente da FAET ? Federação da Agricultura, Júnior Marzola, além do empresário Dito Faria, conhecido como Dito do Posto.

Nas eleições de 2010, Rossine doou R$ 3,5 milhões para os dois candidatos a governador do Tocantins - Siqueira Campos (DEM), que ficou com R$ 3 milhões, e Carlos Henrique Gaguim (PMDB), que recebeu R$ 507 mil. A informação consta no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Naquela época, o Comitê Financeiro Único do PMDB recebeu quase R$ 16 milhões em doações de empresas e pessoas físicas.

A Construtora Rio Tocantins (CRT), também chamada de Construtora Vale do Lontra, da qual Rossine é sócio majoritário com 82% das ações, também aparece como doadora de R$ 500 mil para o comitê financeiro do PMDB no Tocantins.

Em nome próprio, Rossine transferiu R$ 507 mil ao PMDB em duas transações. O empreiteiro é apontado como sócio de Gaguim na BPR Empreendimentos Imobiliários, empresa criada em abril de 2010.

Na época, também foram beneficiados com doações do empreiteiro o então candidato a senador Marcelo Miranda (PMDB), com R$ 162 mil, e o candidato a deputado federal Júnior Coimbra (PMDB), com R$ 50 mil.

Recebimentos nos governos

Como mera coincidência da generosidade do empresário, os governos de Marcelo Miranda, Carlos Gaguim e Siqueira Campos efetuaram pagamentos à construtora que somam R$ 234,4 milhões.

Marcelo teria desembolsado para a empresa de Rossine R$ 74,7 milhões; Gaguim pagou R$ 140,6 milhões em apenas 15 meses de administração; e, em 2011, o governo de Siqueira Campos (PSDB) pagou R$ 19,1 milhões.

Nota ? Siqueira Campos

O ex-governador Siqueira Campos (DEM) informa que todas as doações recebidas de empresas em sua campanha eleitoral em 2010, atenderam a regra eleitoral vigente na época e foram doadas ao Comitê Financeiro Único , quando era permitido a doação de recursos por empresas às campanhas eleitorais. As contas relativas à essa campanha já foram aprovadas pela Justiça Eleitoral sem qualquer questionamento.

Em relação ao contrato da empresa do citada junto ao Governo do Estado, durante mandato do ex-governador Siqueira Campos, é importante ressaltar que Siqueira Campos "herdou" contratos vigentes de obras em andamento e financiadas pelo BNDES/Banco do Brasil. Foi então que o Governador mandou estornar os pagamentos realizados um dia antes de sua posse 31/12/2010, determinou a inspeção em todos os contratos vigentes e solicitou informações sobre sua regularidade junto ao Banco do Brasil. Recebendo o nada consta do Banco, ele conclui as obras, sobre as quais não existe investigação de irregularidade .

Da mesma forma, o ex-governador Siqueira Campos prestou esclarecimentos à Polícia Federal em outubro de 2016 e não é acusado na operação.

Élcio Mendes-Assessoria de Imprensa

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