Carlos Amastha fala em erro da Polícia Federal

O prefeito de Palmas Carlos Amatha (PSB), pré-candidato ao governo do Tocantins e defensor da prisão para corruptos,  foi indiciado pela Polícia Federal  pelo crime de excesso de exação. Isto é, pela cobrança sem previsão legal do IPTU na capital. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Jornal do Tocantins.

Amastha já anunciou data para renunciar ao cargo, que será dia 3 de abril de 2018. Ele pretende disputar o Palácio Araguaia e vai se dedicar ao projeto após deixar a prefeitura nas mãos da vice- Cinthia Ribeiro (PSDB).  O tom adotado pelo colombiano nesta fase de pré-candidatura é agressivo. Ele chama políticos de vagabundos, condena a velha política e se apresenta como o "novo".

Numa entrevista ao AN, em 23 de setembro, Amastha defendeu a prisão dos políticos corruptos. "Quem não é honesto deveria estar na cadeia. Infelizmente, vários dos nossos políticos deveria estar na cadeia e tenho certeza que um dia estará".  Defendeu o pré-candidato ao Governo, enfatizando ser honesto. Por outro lado, ao ser questionado sobre a investigação da PF, Amastha se irritou e abandonou a entrevista.

Ele foi investigado na Operação Nosotros, deflagrada em novembro de 2016,  que apura possível fraude no projeto do Bus Rapid Transit (BRT), em Palmas.  O JTO cita que, segundo a PF, a Prefeitura teria repassado informações privilegiadas para empresas que participaram da concorrência na licitação do BRT.

Ainda segundo a PF, "servidores, ao lado de grandes imobiliárias, estariam pressionando proprietários de imóveis para que cedessem, de graça, parte das terras para pessoas ligadas ao esquema. (...) Uma das formas de coação seria, de acordo com a PF, a cobrança de valores exorbitantes de IPTU", menciona a reportagem.

Conforme noticiado pelo JTO, durante as buscas os policiais encontraram diversos documentos e dossiês. Em uma das casas do prefeito, os policiais encontraram mais de R$ 100 mil em espécie, que foram devolvidos ao prefeito. Ao menos 30 pessoas já foram ouvidas.

Já o prefeito Carlos Amastha nega as acusações, diz que a operação da PF foi um erro e quer um pedido de desculpas.  "Essa operação é o maior erro da história. Custava a Polícia Federal (PF) pedir desculpa? Em todos os casos a Justiça deu a razão para a Prefeitura de Palmas. Não cabe à PF dizer que houve exagero", disse, conforme o JTO.

Segundo a Prefeitura de Palmas, "apesar da própria Justiça manter válidas as cobranças, um delegado, acometido por vaidade, se recusou a reconhecer que a investigação estivesse errada e optou por advogar uma denúncia que partiu de um fraudador de títulos, reconhecido pela Justiça, que se negava a pagar seus impostos", cita a nota .

Por fim, a Prefeitura informou que "outro erro grotesco do relatório diz respeito à afirmação de que o município havia agido em corrupção ao exigir a elaboração de um Masterplan de ocupação na área Sudoeste da cidade mediante a baixa de um decreto de regulação da ocupação de 17 quadras vazias e inabitadas".  Destaca a reportagem do Jornal do Tocantins.