O repórter Elder Alves da Silva, preso na última sexta-feira (9) pela DEIC-NORTE, continua recolhido no 2º BPM em Araguaína. Ele é apontado pela Polícia Civil como suspeito de repassar informações de uma operação para tentar livrar um primo, preso por tráfico de drogas. O caso ganhou repercussão e sendo inclusive destaque na imprensa nacional.

No último domingo (11), durante audiência de custódia, a defesa pediu que Elder respondesse ao processo em liberdade. Entretanto, o Ministério Público Estadual (MPE) pediu que a prisão em flagrante fosse convertida em preventiva. Diante disso, o juiz Herisberto e Silva Furtado atendeu ao pedido do MPE.

-- Entendo que a garantia da ordem pública merece ser protegida na medida que existe processo em tramite na DEIC que poderá levar o nome de Elder. (...) De igual modo, a conveniência da investigação criminal precisa ser salvaguardada contra ações do investigado, que em liberdade, poderá alterar a sorte final do processo.  Fundamentou o magistrado ao decretar a prisão preventiva.

Inicialmente, Elder havia sido recolhido na CPPA, mas por ter nível superior, o magistrado determinou a transferência para o quartel do 2º BPM de Araguaína. Nesta segunda-feira (12) o advogado criminalista Wendel Araújo Oliveira impetrou Habeas Corpus junto ao Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO), mas a liberdade foi negada.

Na mesma data a defesa protocolou pedido de liberdade no Superior  Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília-DF. "A decisão de manter o repórter preso causou espanto, visto que não há qualquer motivação idônea ou dado concreto capaz de ensejar a prisão preventiva de Elder." Destacou, acrescentando que é réu primário, trabalhador, tem residência fixa e o ato foi "um fato isolado em sua vida".

A prisão de Elder Silva tem sido o assunto mais discutido por integrantes da imprensa, em grupos do WhatsApp e divide opiniões.  Para quem não conhece, o trata como um "X9 e criminoso". Colegas que conviveram com ele de perto, trata como o fato como ato isolado e uma ação impensada, para tentar livrar o primo da prisão.  Embora, todos concordam que ele deve pagar pelo erro.

--Elder Silva é um rapaz determinado e possui muita força de vontade no que tange alcançar os seus objetivos. Porém,  o fato de ainda ser imaturo em alguns aspectos, costuma agir sem pensar.  Talvez seja isso que ocasionou essa falha da qual agora ele paga um alto preço. Mas ele é um bom garoto e acredito que não é um criminoso. Ponderou  uma colega de profissão.

Elder foi preso pela DEIC na tarde da última sexta-feira, em Araguaína. Segundo a polícia, ele enviou um áudio ao seu primo Edinei Lopes da Silva, avisando sobre uma operação.  Edinei foi preso por trafico de drogas, juntamente com mais duas pessoas.  E o objetivo de Elder, segundo a PC, era livrar Edinei da prisão.

A informação da Polícia é que Elder foi até a sede da DEIC, pegou informações alegando que ia fazer uma matéria. Inclusive, tirou fotos dos dois presos. Entretanto, ele não estava trabalhando em nenhuma emissora, e teria enviado um áudio ao primo e fotos, alertando-o que também era alvo da operação.

No entanto, Edinei já estava preso quando o alerta chegou. Diante disso, a PC foi até a casa do repórter e o prendeu em flagrante. O áudio, que segundo a PC, foi enviado por Elder ao primo, foi anexado ao processo. Ele foi autuado pelo Art. 37 da Lei de Drogas, por colaborar como informante. A pena prevista é de 2 a seis anos de reclusão.

O repórter Elder Silva é natural de Babaçulândia e veio para Araguaína para estudar e trabalhar. Já atuou em quatro emissoras local, com extenso trabalho especialmenete com coberturas policias. Seu último trabalho foi na  na Band de Araguaína e estava desempregado atualmente. Ele aguardava data para começar numa nova emissora.

Além da formação acadêmica em Administração pela Faculdade Católica Dom Orione em Araguaína, Elder fez curso de Bombeiro Civil e formação em Coaching.  Relatos de amigos dão conta que o sonho para 2018 era se casar, com a namorada pela qual é apaixonado.

Em nota, a TV Amazônia- afiliada  Band em Araguaína, destacou  que não compactua com qualquer tipo de atividade ilegal ou anti ética. Disse ainda que profissional referido já não fazia mais parte do seu quadro de colaboradores na data do ocorrido.  Mas ressaltou que "durante sua rápida passagem pela emissora (dois meses)  Elder desempenhou bem o seu trabalho, não cometendo nenhum ato que desabonasse sua conduta. " Diz a nota.