Radicado em Araguaína há 19 anos, o comerciário Reinaldo Pereira Costa pegou a estrada na manhã desta quarta-feira (25) para realizar a maior e mais desafiadora aventura de sua vida. Ele vai percorrer de bicicleta nove países da América do Sul, num percurso aproximado de 25 mil km, com duração prevista para dois anos.

Além da bagagem de 40 kg, o araguainense leva a motivação para superar desafios, a disposição em aprender e a esperança de contar a experiência aos filhos.

-- O motivo principal da minha viagem é uma superação de mim mesmo. Eu sempre gostei de viajar e estou aproveitando esse embarco e curtir um pouco a vida. A viagem é sem pressa nenhuma, curtindo a cada lugar que passar, as paisagens, as pessoas. (..) O principal não é passar por uma cidade, mas conhecer os moradores, os atrativos de cada lugar, a cultura. E enriquecer um pouco a respeito disso.

Ele disse que a jornada inicia pelo Tocantins, passa por Goiás e em Minas Gerais vai andar na "Estrada Real", caminho usado pelos colonizadores para descoberta do ouro. De lá, ele segue para o Rio de Janeiro, São Paulo e desce para o sul brasileiro, passando pelo Rio Grande do Sul. Daqui a três meses,  ele deve deixar o Brasil, para entrar no Uruguai e percorrer o litoral.

-- A minha pretensão é fazer todos [países da América do Sul]. (...) Eu não tenho uma rota definida, uma rota certa, eu tracei alguns países, cidades, (..) nove países da América do Sul. Detalhou Reinaldo, avisando que pode mudar de rota.

Apesar de ser aventura, ele planejou os detalhes e se preparou físico e psicologicamente. Reinaldo decidiu fazer a viagem em dezembro de 2017 e desde então começou a planejar.

Na bicicleta ele leva barraca, fogareiro, roupa de frio, chapéu que protege o rosto de insetos e alimentação básica. Também baixou equipamentos de navegação off line, mas caso falte bateria, já se precaveu com mapas e bússola.

-- Psicologicamente já estou preparado há um bom tempo. Já venho pesquisando, vendo quais dificuldades vou enfrentar no caminho. Conhecendo pessoas que já fizeram essa mesma viagem. O psicológico está bem. O físico não treinei muito. (...) Como é uma viagem sem pressa (...) vou fazendo o [preparo físico] no caminho mesmo.

Reinaldo também aprendeu técnicas de preservar comida por longos períodos e fez curso de sobrevivência na selva.

Questionado se sente algum medo, contou que o maior receio pelas estradas brasileiras é o trânsito e assaltos. Já nos outros países, a única coisa que teme é o frio, mas já se preparou para enfrentar temperatura de até 10 graus negativos. Também vai fazer permuta de serviço por hospedagem e alimentação.

Por fim, Reinaldo disse que nem todos concordam com sua viagem, mas mesmo assim incentivam, pois se sentem realizados pelo sonho.

--Muitos têm vontade, mas não têm coragem. Tem famílias e não tem como deixar tudo para trás para seguir em frente. (...) O tempo passa e você se lembrará de duas coisas no futuro: ou se arrepender por não ter ido ou contar para seus filhos história do que você viveu. Quero registrar em fotos, principalmente na memória, e contar para meus filhos e a meus amigos. Finalizou.