Atear fogo em vegetação, mesmo que seca e em terreno baldio, é crime ambiental

Com a chegada do período de estiagem, o trabalho de prevenção e controle aos incêndios é intensificado pela Prefeitura de Araguaína e Corpo de Bombeiros. Como nos anos anteriores, sete brigadistas municipais tiveram instruções no final de maio e, agora, estão colaborando com os militares no combate aos focos de queimada. Neste ano, eles já atenderam 69 chamadas para extinção do fogo em vegetação.

O técnico em eletrônica Osiel Ferreira da Conceição, 29 anos, faz parte do grupo de brigadistas pelo quarto ano seguido. "É um trabalho importante. Às vezes, um descuido pode colocar fogo em uma área de mato e prejudicar muita gente que mora em volta". Já o operador Antônio Germano de Sousa, 49 anos, está pela segunda vez consecutiva na brigada. "O trabalho é bom e equipe é unida. Se eu pudesse, só ficava nesse trabalho".

De acordo com o comandante do 2º Batalhão de Bombeiros Militar (BBM), Major Ciro Guimarães Filho, até o momento, este ano apresenta diminuição dos incêndios em vegetação, comparando ao ano passado. Foram dois em maio, 41 em junho e 28 na parcial de julho. Enquanto em 2017, em maio foram registrados 18, junho marcou 74 e o total de julho apresentou 99. "Redução de mais de 40% em relação ano passado, até o momento", calcula.

Atear fogo em vegetação, mesmo que seca e em terreno baldio, é crime ambiental. O autuado pode ir à audiência em juizado criminal, com multa aplicada pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente que pode chegar a R$ 10 mil. Além disso, as queimadas controladas estão suspensas. "Hoje, a baixa humidade e os ventos são ambientes propícios para o alastramento do fogo", explica o diretor municipal de Fiscalização e Licenciamento Ambiental, Orialle Barbosa.

Protocolo do Fogo e população

A Prefeitura de Araguaína aderiu, em 2017, ao programa Protocolo do Fogo, que tem como objetivo o compromisso voluntário da sociedade local em debater problemas relacionados ao uso do fogo e seus efeitos ao meio ambiente.

Desenvolvido em conjunto com órgãos ambientais e a sociedade civil organizada, o Protocolo do Fogo atua tanto na parte de prevenção como também no combate direto aos focos de incêndio na zona urbana e rural.

Pretendendo evitar, por exemplo, incêndios como ocorreu em Carmolândia, em setembro do ano passado. O fogo queimou 19.958,4 hectares, dos quais 2.040,08 ha estão localizados em área de reserva legal e 1.280,44 ha em Área de Preservação Permanente (APP). Também matou mais de mil animais, entre silvestres e bovinos, e um funcionário rural que morreu em decorrência as queimaduras que sofreu tentando apagar o fogo.