Hélio Cavalcante com o filho, David Luiz.

O Conselho Municipal de Saúde de Araguaína (CMS) iniciou a investigação para apurar a morte do pequeno David Luiz Cavalcante (4 anos), ocorrida no dia 3 de julho no Hospital Municipal de Araguaína --HMA.  Seis médicos e o representante do ISAC foram convocados a dar explicações.

No último dia 2 de agosto, o pai de David Luiz, o projetista Hélio Cavalcante formalizou a queixa junto ao CMS. A audiência durou cerca de uma hora e meio, contando com a presença dos Conselheiros de Saúde, da família da criança, promotor de Justiça e representantes do Instituto Saúde e Cidadania-ISAC, responsável pela gestão da saúde no município de Araguaína.

Ao AN, o vice-presidente do CMS, Agnaldo da Silva Teixeira, explicou que o pai da criança, juntamente com advogado, formalizou a queixa. "Fizemos um histórico do que aconteceu. Nós começamos a fazer uma investigação.  A gente tinha visitado as médicas que fizeram o atendimento [na UPA] para fazer um histórico do que aconteceu com a criança."

Depois disso, segundo Teixeira, o CMS aprovou a convocação de todos os envolvidos no atendimento do pequeno David Luiz para dar explicações.  Além disso foi convocado diretor técnico do ISAC, Luís Flávio Quinta. Todos os convocados serão obrigados a comparecer à oitiva.  As duas médicas da UPA que fizeram o primeiro atendimento à criança já foram ouvidas pelo CMS, mas as informações estão sob sigilo.

Outros quatro médicos do HMA também foram convocados pelo CMS para prestar esclarecimentos. "O pediatra, o clínico geral, o cardiologista e o médico que fez a ultrassonografia."  Disse o vice-presidente do CMS, acrescentando que a próxima plenária para deliberar sobre o caso ocorre dia 6 de setembro.

Segundo Teixeira, após ouvir os médicos o CMS vai elaborar o relatório dentro de uma semana e encaminhará ao Ministério Público Estadual, ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e à Polícia Civil. "O Conselho vai fazer uma averiguação para não deixar que isso passe impune". Finalizou.

Relembre

David Luiz foi levado à UPA no dia 2 de julho, por volta das 13h30. Segundo o pai, ele estava com febre e reclamava de fortes dores na barriga. Foi tratado inicialmente com Dipirona e Ibuprofeno, mas os sintomas permaneciam.

Para Hélio, faltou experiência por parte dos médicos e houve demora na transferência para uma unidade mais complexa. David só foi encaminhado para o HMA depois de passar 22 horas na UPA.

"Eles não souberam identificar por que a febre não baixou. Já que eles não sabiam identificar, transferiam pra um hospital de complexidade maior" disse em entrevista ao AN.

A demora também foi observada no HMA. Após ser diagnosticado por uma pediatra David ficou a espera de um cirurgião. --Ele [cirurgião] veio chegar umas 6 horas, quando meu filho já estava praticamente morrendo. A criança teve parada cardiorrespiratória e não resistiu.

Outro lado

Na época, o ISAC imitiu nota negando que houve negligência no atendimento. Segundo o instituto, as queixas relatadas pela mãe da criança eram de vômito, febre, fraqueza e tosse. O diagnóstico inicial foi de amigdalite e o paciente medicado com antibióticos, antitérmico e mantido em observação.

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