Um relatório feito por hospitais que eram atendidos pela empresa Sancil Sanatório revelou diversas falhas na coleta do lixo hospitalar. A firma teve o contrato suspenso após uma fiscalização revelar que os resíduos dos hospitais públicos estavam sendo depositados em um galpão irregular em Araguaína, norte do Tocantins. A TV Anhanguera teve acesso aos documentos que revelam problemas no processo de coleta.
A Sancil, que segundo a Polícia Civil, pertence ao ex-juiz eleitoral João Olinto, foi contratada em agosto deste ano sem licitação. A empresa receberia R$ 500 mil por mês para recolher o lixo de 13 hospitais, além de unidades ligadas a Secretaria Estadual da Saúde.
O relatório foi solicitado pelo governo do Estado após o escândalo do lixo ser descoberto. As informações foram enviadas nesta quarta-feira (15) para a Secretaria de Saúde e revelam diversas falhas na execução dos serviços.
O relatório sobre a coleta só foi solicitado após a denúncia do lixo irregular. A Secretaria de Saúde tentou notificar a empresa por e-mail, mas não teve sucesso. Em seguida tentou novamente notificar determinando um prazo de 24 horas para os donos apresentarem uma série de documentos.
No dia 12 de novembro, a Justiça determinou a prisão dos três proprietários da Sancil: o advogado e ex-juiz eleitoral João Olinto, Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martins. Todos continuam foragidos. Além disso, a polícia investiga se as mulheres foram usadas como laranja do esquema.
Uma nova empresa foi chamada para assumir a coleta de lixo em parte das unidades que eram atendidas pela Sancil. O serviço já começou, segundo o Estado.
A Secretaria Estadual da Saúde disse que a empresa não recebeu o pagamento porque não enviou os documentos comprovando a prestação do serviço.
A produção da TV Anhanguera procurou as defesas do advogado e ex-juiz eleitoral João Olinto, e as sócias da Sancil, Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martins, mas não houve resposta.