Relatório aponta falha na coleta de lixo feita por empresa de ex-juiz eleitoral
 

Um relatório feito por hospitais que eram atendidos pela empresa Sancil Sanatório revelou diversas falhas na coleta do lixo hospitalar. A firma teve o contrato suspenso após uma fiscalização revelar que os resíduos dos hospitais públicos estavam sendo depositados em um galpão irregular em Araguaína, norte do Tocantins. A TV Anhanguera teve acesso aos documentos que revelam problemas no processo de coleta.

A Sancil, que segundo a Polícia Civil, pertence ao ex-juiz eleitoral João Olinto, foi contratada em agosto deste ano sem licitação. A empresa receberia R$ 500 mil por mês para recolher o lixo de 13 hospitais, além de unidades ligadas a Secretaria Estadual da Saúde.

O relatório foi solicitado pelo governo do Estado após o escândalo do lixo ser descoberto. As informações foram enviadas nesta quarta-feira (15) para a Secretaria de Saúde e revelam diversas falhas na execução dos serviços.

No Hospital Regional de Alvorada, sul do estado, funcionários relataram que a empresa não fez nenhuma coleta de lixo durante o contrato e foi solicitado apoio da prefeitura. --Em Augustinópolis, a diretoria do Hospital Regional informou que a Sancil estava realizando apenas uma coleta mensal isso ocasionou o acúmulo de lixo. --Em Xambioá, a empresa executou os serviços parcialmente. A diretoria do hospital pediu ao estado providências urgentes porque o depósito está transbordando de material infectante e trazendo riscos aos funcionários e vizinhos. --No hospital de Dianópolis, conforme o relatório, a empresa realizou apenas duas coletas desde agosto. --Em Araguaçu, em vez de coletar o lixo três vezes na semana, a empresa fez só uma única coleta durante um mês inteiro. --No Hospital Regional de Araguaína, região norte, o lixo não foi recolhido de forma correta durante todo o mês de setembro. A quantidade de tambores não era suficiente. A situação ficou tão grave que houve infestação de ratos.

O relatório sobre a coleta só foi solicitado após a denúncia do lixo irregular. A Secretaria de Saúde tentou notificar a empresa por e-mail, mas não teve sucesso. Em seguida tentou novamente notificar determinando um prazo de 24 horas para os donos apresentarem uma série de documentos.

No dia 12 de novembro, a Justiça determinou a prisão dos três proprietários da Sancil: o advogado e ex-juiz eleitoral João Olinto, Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martins. Todos continuam foragidos. Além disso, a polícia investiga se as mulheres foram usadas como laranja do esquema.

Uma nova empresa foi chamada para assumir a coleta de lixo em parte das unidades que eram atendidas pela Sancil. O serviço já começou, segundo o Estado.

A Secretaria Estadual da Saúde disse que a empresa não recebeu o pagamento porque não enviou os documentos comprovando a prestação do serviço.

A produção da TV Anhanguera procurou as defesas do advogado e ex-juiz eleitoral João Olinto, e as sócias da Sancil, Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martins, mas não houve resposta.

Leia+

http://araguainanoticias.com.br/noticia/50817/governo-suspende-contrato-com-empresa-e-13-hospitais-do-to-ficam-sem-coleta-de-lixo/?fbclid=IwAR3DeEQwngrvD-XGH7Ou0XrzjSDhjxQlTZxptuXvtaIWx-ESat1mWmMTOJw http://araguainanoticias.com.br/noticia/50751/policia-encontra-caminhao-bau-com-lixo-hospitalar-em-terreno-de-hotel-em-araguaina/ http://araguainanoticias.com.br/noticia/50730/justica-decreta-prisao-do-pai-do-deputado-olyntho-neto-no-caso-galpao-de-lixo-em-araguaina/