Estima-se um prejuízo de aproximadamente 7 milhões de reais aos cofres públicos.

O Instituto Brasileiro de Gestão Hospitalar (IBGH), investigado pela Polícia Federal, recebeu ao menos R$ 66,7 milhões da Saúde de Araguaína em dois anos e cinco meses. O cálculo é baseado no valor global do contrato, celebrado em novembro de 2015 e rescindido amigavelmente em abril de 2018.

A entidade sem fins lucrativos assumiu a gestão da saúde em Araguaína em novembro de 2015. Na época, o contrato celebrado era no valor de R$ 55 milhões, com validade de dois anos, se encerrando em novembro de 2017.

Contudo, mediante aditivo, e entidade ficou até o mês de abril de 2015, cinco meses a mais. Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), o IBGH recebia a média de R$ 2,3 milhões mensais, totalizando em R$ 66,7 milhões.

O IBGH com sede em Goiânia (GO) era responsável, segundo a CGU, por cerca de 390 funcionários e pelos serviços de saúde ofertados à população em três unidades: Hospital Municipal (HMA), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Anatólio Dias Carneiro e no Ambulatório de Especialidades Médicas. E a gestão foi marcada por atraso nos salários dos servidores.

Apesar de ser organização social sem fins lucrativos, a CGU aponta que a OS visava o lucro e  identificou superfaturamento nos contratos celebrados. Diante disso, a PF, MPF e CGU deflagraram a Operação Déjà Vu que cumpre 21 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Araguaína (TO), Goiânia (GO), Aparecida de Goiânia (GO) e Brasília (DF).

Conforme a CGU, a investigação iniciada após auditoria, reuniu provas relacionadas à atuação de fachada do IBGH, oficialmente constituído sob a forma de organização social sem fins lucrativos, mas que atuava com finalidade empresarial, voltada à obtenção de lucro.

A CGU informou que após vencer a licitação da Prefeitura de Araguaína, de maneira fraudulenta, para gerenciamento da saúde na localidade, o Instituto contratava, de forma direta, empresas ligadas aos seus gestores.

A Controladoria frisou ainda que identificou diversas irregularidades na execução e prestação de contas, que vão desde o superfaturamento na aquisição de produtos e serviços, até a "maquiagem contábil".

O que dizem os citados

 

A reportagem tentou contato com o IBGH, mas as ligações não foram atendidas.

Em nota, a Procuradoria de Araguaína informou que o Município está tranquilo em relação à Operação Déjà Vu, da Polícia Federal, realizada na manhã desta quinta-feira, 24. Informou ainda que os procuradores do Município estão colocando à disposição da investigação todos os documentos necessários para que os fatos se esclareçam.

Esclareceu também que todos os atos da Secretaria da Saúde, referentes à licitação e à execução dos trabalhos realizados por organizações sociais (OS) no Município, obedecem rigorosamente à legislação.

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http://araguainanoticias.com.br/noticia/53452/pf-deflagra-operacao-que-investiga-desvios-de-r-7-milhoes-da-saude-de-araguaina/