Após dois meses de investigação, a Polícia Civil concluiu nesta segunda-feira (28) o Inquérito da Operação Expurgo, que investigou o escândalo do lixo hospitalar em Araguaína. Ao todo, seis pessoas foram denunciadas, incluindo três pessoas da família Olinto, e quatro empresas.
Em coletiva, o delegado Romeu Fernandes da 4ª Delegacia de Araguaína deu mais detalhes sobre a conclusão da investigação. Segundo a PC, a Empresa Sancil, responsável pela coleta do lixo e com contrato de R$ 500 por mês com o Estado, estava em nome de laranjas, mas era administrada "de fato" pela família Olinto.
--[As investigações] constatam que João Olinto exercia a gestão de fato (...) tomando as decisões. Enquanto, Luiz Olinto era o responsável pelo núcleo financeiro, responsável pelo pagamento das despesas vinculadas a essas empresas. Inclusive, através de contas bancárias pessoais. Explicou o delegado Romeu Fernandes.
Para a PC, a empresa Sancil estava em nome de laranja, duas funcionárias deles, para blindar o nome da família. Elas foram identificadas como Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martins. Isso porque a empresa fechou um contrato milionário com o Estado e tem na família um deputado estadual, Olyntho Neto (PSDB), que chegou a ser escolhido como líder do Governo na Assembleia.
--Eles [ João e Luiz] possuíam um esquema, formado basicamente por um conjunto de pessoas jurídicas, empresas. Justamente como uma forma de criar uma blindagem e com isso não vincular eles a atividade dessas empresas.
O relatório da PC cita que até 2017 a empresa Sancil estava em nome da família de Olinto, mas foi transferida para o nome de duas sócias laranjas. A investigação também aponta que as duas são funcionárias da família e têm baixo rendimento.
Os investigadores concluíram que Joao Olinto, pai do deputado Olynto Neto, era quem comandava a empresa. "Desde o início das investigações, despontou como uma das figuras centrais no esquema criminoso apurado nos autos."
A PC indiciou quatro empresas: a Sancil (responsável pela coleta de lixo hospitalar), Agromaster (dona do galpão no Daira onde o lixo era armazenado) , Teruak Biotecnologia Ltda (em nome das sócias da Sancil), Pronorte Empreendimentos Rurais (sócia da fazenda Caeté, onde parte do lixo foi enterrado).
Já as pessoas físicas indiciadas são: Ludmila Andrade de Paula e Waldireny de Sousa Martins, sócias da Sancil e Teruak e José Hamilton de Almeida, presidente da sociedade anônima Agromaster, dona do galpão. Além de três pessoas da família Olinto: o patriarca-João Olinto e os dois filhos -- Luiz Olinto e Rodolfo Olinto.