Conversa entre suspeito e vítima foi divulgada pela polícia

Depois de um ano de investigações, a Polícia Civil concluiu o inquérito relacionado a crimes de ameaças pela internet no Tocantins. Adolescentes eram o alvo principal dos criminosos, que usavam perfil falso nas redes sociais.

As investigações foram conduzidas pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) de Palmas. Conforme a delegada Milena Lima, titular da DRCC e responsável pelo caso, os agentes descobriram que as vítimas, todas na faixa de 14 anos de idade, eram abordadas por meio de redes sociais e constrangidas a produzir áudios se desculpando por condutas não praticadas, sob a ameaça de que seriam mortas.

No decorrer da investigação, a equipe da DRCC teve acesso ao teor das conversas trocadas, em mais de uma ocasião, entre os autores e as vítimas, com relatos de ameaças, como nos seguintes trechos: "Amanhã tu vai me conhecer com oitão na cara [...]. Tô ligado onde tu estuda e mora. Vou estourar essa sua cabeça na bala [...]".

Em outro trecho, os autores continuam com as ameaças no intuito de fazer com que a vítima faça um áudio se desculpando: "Vai lá mlkin, teu último dia hoje. Mas vc tem uma chance de se redimir com família comando ainda. Vc quer vais uma chance de viver? Vc manda um áudio pedindo desculpa pra nós aqui da facção daí nós te libera. Ta de boa assim parcero?".

A situação gerou uma sensação de pânico e humilhação no meio estudantil e familiar. Ainda de acordo com a delegada, os trabalhos investigativos começaram no final do ano de 2017. Diversas pessoas foram ouvidas, inclusive as que emprestaram suas senhas de wi-fi, sem saber que a conexão de internet seria utilizada para as realizações das ameaças.

Os três adolescentes suspeitos foram identificados e responderão pelo ato infracional em liberdade, perante o Juizado Especial da Infância e do Adolescente, conforme determina a legislação vigente.

A delegada alerta, ainda, para os riscos do compartilhamento da senha de wi-fi com terceiros e de aceitar convites de amizade de pessoas desconhecidas.