A Câmara Municipal de Augustinópolis cassou na noite desta quarta-feira (13) o mandato do prefeito da cidade, Júlio da Silva Arruda (PRB). A decisão foi por unanimidade e a sessão foi comandada por suplentes de vereadores, pois os 10 dos 11 titulares estão afastados.
Em seguida, o vice-prefeito Vanderelei Alves de Arruda (PPS) tomou posse no lugar do prefeito cassado. Apesar disso, o titular do cargo pode recorrer à Justiça e tentar voltar a comandar a prefeitura de Augustinópolis. O fato aconteceu depois da Operação Pérfida, deflagrada pela Polícia Civil em janeiro deste ano.
Segundo a investigação, o prefeito pagava uma espécie de "mensalinho" aos vereadores para aprovar projetos na Câmara. A propina variava de acordo com a influência política do vereador e da representatividade: de R$ 1 a 8 mil e era paga dia 20 de cada mês.
Na época da operação, a Justiça decretou a prisão de 10 dos 11 vereadores da cidade e o mandato foi cumprido, mas 9 deixaram a prisão um dia depois. Só um deles que ficou preso. Em 30 dias, durante a interceptação telefônica, a PC identificou 16.444 mensagens e chamadas feitas entre os investigados.
O relatório da PC mostra que os parlamentares pressionavam o prefeito quando pagamento atrasava. Os suplentes, que tomaram posse na Câmara, também querem cassar os mandatos dos titulares e assumirem por definitivo os mandatos.