Delegado da PF é suspeito de assediar e agredir jovens em Palmas.
 

Ele agrediu não [apenas] verbalmente, como fisicamente. Isso não pode ficar assim, a justiça tem que ser feita." A fala é de uma das quatro jovens que denunciaram ter sido assediadas, ameaçadas e agredidas pelo delegado da Polícia Federal Luis Felipe Felipe da Silva. O fato aconteceu no último domingo (24) no lago de Palmas. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), estão sendo apurados supostos crimes contra a honra e lesão corporal por parte do delegado.

Na manhã desta terça-feira (26), após ser questionada sobre as medidas que vai tomar e se vai afastar o delegado, a Superintendência da Polícia Federal no Tocantins disse apenas que está "apurando as circunstâncias do fato".

As jovens contam que saíram do lago após os assédios e foram denunciar o caso em uma delegacia, mas foram seguidas pelo delegado. "Ele chegou embriagado com o cigarro na mão e falando alto: ?O que está acontecendo, o que está acontecendo?" Como se não tivesse ocorrido nada", contou.

A Ordem dos Advogados no Tocantins informou que vai acompanhar o caso, pois uma das vítimas é advogada. "Essa colega foi agredida por uma pessoa que deveria estar desempenhando o papel de defendê-la. Então, todas as medidas possíveis e cabíveis nós estaremos à frente delas", afirmou a presidente da Comissão da Mulher, Jandra de Paula.

O caso está sendo investigado pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (DEAM) de Palmas. Segundo a SSP, mais informações sobre o caso não serão divulgadas para preservar a integridade das vítimas.

Entenda

Uma das vítimas, que não quis se identificar, informou que ela e mais três amigas estavam de lancha em uma ilha quando o delegado chegou para conversar. A jovem disse que ele estava embriagado e tinha o comportamento desrespeitoso e violento.

Depois da abordagem, elas resolveram se afastar e foram para a Ilha Canela. "Meia hora depois ele chegou de lancha e ficou do nosso lado. Ele assediou uma por uma. Ficou falando que era delegado e que podia bancar a gente", contou.

Ainda segundo o relato da jovem, o delegado ficou ainda mais violento quando elas pediram para ele parar e se afastaram.

"Ele agarrou na parte debaixo do meu biquíni e puxou. Ele fez isso com a minha amiga também. Depois jogou uma latinha em mim, mas não acertou. Daí ele encheu a lata de água e acertou na cabeça da minha amiga".