Fernando Almeida
O suplente de deputado federal, Ernesto Vieira de Carvalho (PMDB-MA), chegou por volta das 19hs30 horas deste sábado, 18, à Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA). Ele e o gerente geral da agência da Caixa Econômica Federal (CEF), Robson Pereira da Silva, ambos com suspeita de participação no esquema que desviou 73 milhões da instituição, estão presos na mesma unidade penal, que por sua vez a segurança interna é feita por apenas 05 agentes e a externa é inexistente.
Falta de segurança
Conforme já noticiado pelo Araguaína Notícias, na parte externa da CPPA existem duas guaritas onde os policiais deveriam ficar para manter e fazer a vigilância tanto dos presos para evitar fuga, quanto para proteger a unidade penal de uma eventual operação de resgate a criminosos. No entanto, não há policiamento fazendo a segurança e a previsão é que o problema se arraste até o mês de julho.
Efetivo extremamente reduzido
A segurança na parte externa é de responsabilidade da Polícia Militar. Em resposta ao Ofício da Associação dos Policias Civis (Aspol), o 2° Batalhão de Polícia Militar informou que o efetivo se encontra extremante reduzido, inclusive chegando a pontos de desativar frente de serviço para suprir as escalas de policiamento ostensivo. Diante disso, seria inviável colocar policiais militares para fazer a segurança na CPPA. “Teremos que desativar viaturas de Rádio Patrulha (RP), o que ocasionaria deficiência na nossa prestação de serviço à sociedade araguainense,” justifica o Oficio Reposta (n° 003/2014).
Ligações entre os dois presos na CPPA
Já os dois novos presos da Casa de Prisão Provisória de Araguaína despertaram o interesse da mídia nacional, pois segundo a Policia Federal eles são suspeitos de participarem do esquema fraudulento que provocou o maior rombo da história da Caixa Econômica Federal, 73 milhões pago a um falso prêmio da Mega-Sena. Conforme o delegado responsável pelas investigações, Omar Peplow, ligações telefônicas interceptadas com autorização da Justiça mostram que o suplente de deputado Ernesto Vieira de Carvalho fez contato Robson Pereira da Silva, gerente da agência da Caixa em Tocantinópolis (TO), visando a aplicação do golpe milionário.
Pagamento do falso prêmio
Segundo a PF, Ernesto foi o responsável por apresentar a papelada para que Robson abrisse uma conta que posteriormente serviu para receber os 73 milhões do falso prêmio da Mega-Sena. Ainda conforme a Polícia Federal, o gerente geral da Caixa em Tocantinópolis (Robson) usou sua senha da conta nacional da Caixa, exclusiva para pagamentos de prêmio, para transferir os 73 milhões para o falso ganhador, em 5 de dezembro de 2013, sem validar o bilhete em São Paulo. “O gerente fez a transferência sem prestar conta.” Explicou o delgado da Omar Peplow.
Prisão
Para a PF, o esquema fraudulento conta com a participação de pessoas de 3 estados brasileiros: Maranhão, Goiás e São Paulo. E o gerente da agência da Caixa no Tocantins não é considerado mentor do esquema, mas sim foi cooptado. Robson foi preso em 22 de dezembro de 2013 e a informação foi divulgada somente em 18 de janeiro. Já a prisão de Ernesto Vieira ocoreu durante a Operação Éskhara (18/01/13), após ele deixar o avião em Carolina (MA) e tentar fugir de carro para Estreito (MA). A PF ainda apreendeu o avião de pequeno porte em Carolina (MA).
Penas
Segundo a PF, 70% do valor desviado, aproximadamente 51,1 milhões, que estavam em diferentes contas em três estados (Maranhão, Goiás e Ceará) já foram recuperados. Já o restante do montante está pulverizado em outras contas. Os chefes da organização, responderão por Peculato, Receptação Qualificada, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. As penas somadas podem chegar até 29 anos de prisão. O Araguaína Notícias ainda não consegiu contato com os advogados dos citados.
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